Um passeio e uma aula de paciência e eficiência, assim foi a Espanha contra a Itália.

Por Paulo Edson Delazari

Espanhois comemoram título europeu (Foto divulgação ESPN)

A Europa é grena! A seleção da Espanha conquista de forma invícta o título da Euro 2012 ao golear a Itália por 4×0 na final. Com o feito a seleção espanhola se tornou a primeira a conquistar um bicampeonato da maior competição de seleções da Europa, nenhuma outra havia concretizado tal feito. Dos remanescentes que estavam na conquista anterior, estão os goleiros Cassilas, Reina, os zagueiros Sergio Ramos, Raul Albiol os meio campistas Xavi, Fabregas, Xabi Alonso e Iniesta, o atacante Torres que também havia marcado gol na campanha de 2008, David Silva e Carzola.

O estilo Barcelona de jogar prevaleceu durante toda partida, com muito toque de bola, o famoso “tic-tac” como chamam os espanhois, envolveram a marcação aguerrida da Itália, nem mesmo o falastrão Balotelli obteve sucesso diante da “Fúria”, ele que provocara dias antes dizendo que faria quatro gols, sentiu o gosto amargo da derrota de quatro gols.

Quem observa o resultado acha que o jogo foi fácil, mas a Itália incrivelmente teve uma posse de bola maior que os espanhois, 53% contra 47%, até a saida de Thiago Motta contundido com uma contratura muscular na posterior da coxa direita, momento em que a Itália teve que ficar com 10 em campo, pois o técnico Prandelli já havia feito as três substituições, assim tornando-se presa fácil para que a Espanha duplicasse o placar já que ganhava por 2×0. Coincidência ou não a última vez que isto aconteceu foi na final da Euro 2008 contra a Alemanha, onde o Fúria também conquistou o título.

O jogo

A partida começou da maneira que era de se esperar: a Espanha tocando bola, e a Itália tentando marcar os rivais em busca de uma roubada de bola. Mas não deu nem tempo para a Azzurra entrar no jogo. Logo aos nove minutos, Xavi tabelou com Fàbregas na entrada da área e chutou por cima do gol de Buffon.

Jogadores espanhois comemoram o primeiro gol de David Silva (Foto: Divulgação ESPN)

No lance seguinte, o primeiro gol da Espanha. Iniesta fez um belo lançamento para Fàbregas nas costas de Chiellini, que atuou improvisado na lateral esquerda. O meia foi à linha de fundo e cruzou para David Silva, que testou de cabeça para abrir o marcador. Nem o tento animou os torcedores locais, que seguiram vaiando os toques de bola da Fúria e apoiando a Itália.

A partir do gol, a Itália até tentou sair mais para jogo. Pirlo, Balotelli e Cassano tentava levar a Azzurra ao ataque. Aos 28 Cassano fez boa jogada e finalizou para defesa de Casillas.

Um pouco superior, a Itália até evitava o toque de bola da Espanha. Mas não assustava a Fúria, principalmente, somente em bolas paradas. Em escanteios ou faltas próximas ao gol, Andrea Pirlo buscava os atletas mais altos da Azzurra na grande área espanhola. Mas em todos os lances, Casillas apareceu para cortar ou para fazer a defesa com segurança.

Aproveitando essa saída da Itália em busca do empate que a Espanha fez o segundo gol. Aos 41, Casillas deu um chutão e a bola caiu nos pés de Jordi Alba, que tocou para Xavi. O lateral avançou em velocidade nas costas dos zagueiros e foi lançado pelo apoiador do Barcelona. O jogador invadiu a área e tocou na saída de Buffon: 2 a 0.

A Itália ainda tentou diminuir a diferença com Montolivo. O meia soltou a bomba da entrada da área e Casillas fez uma bela defesa no meio do gol.

Segundo tempo

A Itália voltou para a etapa final com uma alteração. Cassano deixou a equipe para a entrada de Di Natale, justamente o autor do gol na partida entre as duas seleções na primeira fase do torneio. O atacante teve uma ótima oportunidade de diminuir a diferença logo aos seis minutos do segundo tempo. Ele recebeu completamente livre dentro da área e chutou em cima de Casillas, que não sofre um gol em partidas de mata-mata desde a Copa de 2006.

Aos 15, mais um problema para a Itália. Thiago Motta, que havia acabado de entrar em campo, sentiu um problema muscular e deixou a equipe italiana. Com as três alteraçõe já realizadas, a Azzurra ficou com um jogador a menos em campo. E foi justamente a partir daí que o time de Cesare Prandelli passou a ter muitas dificuldades para sair da defesa para o ataque.

E a Espanha? A Fúria não tinha problemas. Tocava a bola, buscava o espaço para tentar fazer mais gols e matar de vez a decisão da Euro. Com dez, a Itália até tentava, mas em vão. A vida da equipe de Del Bosque ficou bem mais fácil. Se tocar a bola no 11 contra 11 já era algo normal. Com um a mais se tornou ainda mais tranquilo.

E foi com calma que a Espanha chegou ao terceiro gol. A Itália saiu jogando errado e a bola sobrou para Xavi, que lançou para Fernando Torres. Aos 38, o atacante recebeu em velocidade, invadiu a área e tocou na saída de Buffon: 3 a 0. Quatro minutos, o atacante do Chelsea recebeu dentro da área e rolou para Juan Mata marcar mais um.

Torres autor do 3º gol, único a fazer gols em finais diferentes da Euro. (foto: Divulgação ESPN)

O resultado foi o maior da história das finais da Eurocopa. De um ladoos italianos ficaram decepcionados, Bonucci estava em plantos inconformado, Balotelli saiu para os vestiários e depois voltou, já os atletas espanhois comemoraram com os filhos e as esposas, que tiveramr acesso ao gramado.