Na base da raça com muito coração, a ex-fria Alemanha deixa o Brasil Tetracampeã do mundo!

Por Vladimir da Costa

A felicidade de muitos não é menor que a tristeza de outros, como foi dito e coberto nesse último mês não foi futebol, foi copa do mundo. Muito maior que qualquer final de campeonato regional, é ver um desfile de grandes jogadores em campo. E foi exatamente isso que aconteceu. Um desfile de craques consagrados, bons e profissionais. Nada mais justo que ganhasse quem ganhou. Um país frio que escolheu a calorosa Bahia para ser sua sede que aos poucos foi transformando a frieza em alegria e a dureza em molejo, dentro de campo principalmente. O que vimos? Aplausos! Uma seleção que jogou bola, simplesmente isso e saiu-se  vitoriosa. Com méritos que foram além do placar. A taça de um time, que não tem um nome, mas tem uma forma, elogiada e aplaudida por todos. Mesmos os perdedores, os argentinos reconheceram tal vantagem germânica, sofreram, é verdade, mas saíram de cabeça erguida, pois, pouco podiam fazer diante do poderio coletivo da melhor seleção do mundo. A nova e atual, tetracampeã mundial. A Alemanha.

Alemanha campeã pela quarta vez do mundo ergue a taça. (Foto: Getty Images)

Alemanha campeã pela quarta vez do mundo ergue a taça. (Foto: Getty Images)

A Argentina de Messi foi grande até os limites supremos. Jogou de igual pra igual. Mas os detalhes e as chances não surgem duas vezes na vida, principalmente em final de copa do mundo. Aos 20 minutos do primeiro tempo, Higuaín recebeu uma bola de presente de Toni Kroos e, sozinho, avançou com ela na direção de Neuer, mas o atacante argentino, talvez embasbacado pela oportunidade que ganhara, talvez se perguntando se merecia tanto, mas perdeu algo que vai carregar pelo resto da vida.

O  mesmo Higuaín, alguns minutos depois,aproveitando cruzamento de Lavezzi, lá da direita, e mandou para as redes. Saiu vibrando loucamente, mas do outro lado, o auxiliar, já marcava o impedimento. O atacante estava de fato impedido.

A partida

A Argentina começou o jogo de forma surpreendente. Muito se esperava um domínio alemão, mas o que se viu foi um time aguerrido e, forte na marcação e rápido no ataque. Com Messi procurando jogo e uma defesa aguerrida, a Alemanha se perdeu e não acertava os passes como outrora. Schweinsteiger quase não tocava na bola.  Alejandro Sabella, por algum motivo, preferiu concentrar atenções em acossar os atletas servidos pelo camisa 7, não o próprio. A tática parece suicida, mas até que deu resultado. Porém, quase ruiu no finzinho da etapa, quando Höwedes subiu nas cercanias da estratosfera para cabecear na trave argentina. No rebote, a bola ainda bateu em Müller, e Romero defendeu, mas o lance já estava anulado por impedimento.

Como em toda a copa, Messi nção teve uma atuação brilhante. (Foto: Getty Images)

Como em toda a copa, Messi não teve uma atuação brilhante. (Foto: Getty Images)

A expectativa de todos hermanos e de boa parte do globo era que Messi, ao ir para o vestiário, seja acometido por uma crise de piedade e resolva parar de infernizar defesas alheias. Mas não aconteceu. O camisa 10 não teve uma “crise” de criatividade ao voltar do intervalo. Mesmo assim, sem toda a genialidade, com menos de dois minutos no segundo, a Pulga recebeu em profundidade na esquerda e mandou um chute cruzado que triscou a trave protegida pelas luvas de Neuer. Para desespero de mais da metade do estádio que viram a bola passar muito perto do gol.

A partir daí, as chances de gol se tornaram raras. As equipes encontraram dificuldades de escapar ao ataque, e o jogo ficou mais preso nos limites entre uma intermediária e outra. Uma delas foi numa bela jogada de Özil  que quase resoltou em gol, mas Kroos bateu mal.

As duas seleções, com o passar do tempo, ficaram certas que a prorrogação estava a caminho. Dai, saíram do banco: na Argentina, Palacio no lugar de Higuaín, Gago no de Enzo Perez; na Alemanha, Götze na vaga de Klose. Consequência: prorrogação.

A Alemanha entrou na prorrogação mais disposta a ganhar. No primeiro lance do tempo extra, Schürrle quase marcou. Romero espalmou o chute do atacante. A Argentina, fechada, deixou claro que se abraçaria aos contra-ataques, e os europeus passaram a ter domínio do jogo – mas sem perigo.

A tensão era geral. Palacio quase fez. Em rara falha de Hummels, o atacante conseguiu dominar na área e tocar por cima de Neuer, mas a bola saiu. Os minutos finais foram duros, pegados – a ponto de Schweinsteiger sair sangrando depois de Agüero deixar o braço no rosto dele. Ficou evidente o cansaço das duas equipes e a impressão de que só uma jogada aleatória poderia evitar os pênaltis.

Mas não houve aleatoriedade. Houve talento. Schürrle, brilhante, fez ótima jogada e mandou na área. Götze, ao matar no peito, sem deixa-la cair, pegou de primeira num lance que ficará gravado na memoria de todos. O gol do título. O gol da tetracampeã Alemanha

Lahn levanta a taça de campeão do mundo. Alemanha é tetra. (Foto: Getty Images)

Lahm levanta a taça de campeão do mundo. Alemanha é tetra. (Foto: Getty Images)