Jogando o futebol que apenas os brasileiros sabem, Brasil fatura o tetracampeonato da Copa das Confederações

Por Vladimir da Costa

Na partida mais aguardada da Copa das Confederações, mesmo antes de saber se iria acontecer, a seleção pentacampeã do mundo enfrentou a seleção da moda. Não somente a mais famosa, mas a mais habilidosa e que encanta por onde passa, por seu futebol leve e de excelente toque de bola.

Mas os quase 80 mil pessoas presentes que cantaram o hino Nacional a pleno pulmões  já pareciam prever o que estava por vir.

Os caras da final. COm um gol cada, eles ajudaram o Brasil no tetra da Copa das Confederações  AP PhotoVictor R. Caivano

Os caras da final. Com dois de Fred e um de Neymar o Brasil venceu pela quarta vez a Copa das Confederações (Foto: AP Photo/ Victor R. Caivano)

E a euforia fora de campo foi transportada para dentro de campo, e apenas a Seleção mais vencedora do Mundo jogou. Com velocidade e disposição o Brasil foi pra cima dos espanhóis. Aos dois minutos o Fred abriu o placar e assim foi até o final da partida. O Brasil massacrou a Espanha.

Uma Espanha foi irreconhecível, com um futebol bem abaixo do que todos esperavam não conseguiu fazer frente ao Brasil que pressionou o jogo todo e quase fez um placar histórico. Oportunidade para fazer mais teve, mas apenas três gols entraram.

Uma partida monumental, muito devido a Neymar e Fred que deitaram e rolaram contra a melhor seleção do mundo, que continua forte, mas hoje foi vice-campeã.

A partida

Mesmo caido, Fred se estica todo para marcar o primeiro gol da partida, aos dois minutos  Victor R. Caivano AP Photo

Mesmo caido, Fred se estica todo para marcar o primeiro gol da partida, aos dois minutos (Foto: Victor R. Caivano /AP Photo)

Empurrado pela torcida o Brasil fez o gol relâmpago da Copa das Confederações. Com um minuto, Hulk avançou pela direita, cruzou, a bola bateu em um que bateu em outro e Fred, no chão, chutou a bola antes que Casillas chegasse nela. 1 a 0 para o Brasil para delírio dos torcedores.

A Espanha estava perdida em campo. Não conseguia permanecer com a bola, muito devido a forte marcação brasileira.

Aos oito minutos, quase o segundo do Brasil. Em nova jogada pela lateral, 0agora pela esquerda, Neymar cruzou para o meio da área, rasteira, Oscar dominou e bateu firme, a bola passou rente a trave.

O Brasil seguia em cima. Quando os espanhóis tinham a bola, a marcação era dobrada. Em um desses lances, Paulinho roubou no meio e viu Casillas adiantado, bateu por cima, quase pegando o camisa 1 no contrapé.

Aos 15 minutos, Marcelo roubou a bola, tocou para Oscar que lançou, Neymar ia sair sozinho, mas foi interceptado por Arbeloa, que recebeu amarelo pelo lance.

Bem marcado, Iniersta não teve espaço para criar pelo lado espanhol  Flavio FloridoUOL

Bem marcado, Iniesta não teve espaço para criar pelo lado espanhol (Foto: Flavio Florido/UOL)

A primeira finalização da Espanha veio só aos 19 minutos, em tiro de longe de Iniesta.

Aos poucos o jogo foi ficando equilibrado, a Espanha ia conseguindo ficar com a bola, mas não conseguia criar nenhum lance de perigo.

Diferente da seleção que era aguda quando chegava a frente. Em nova jogada rápida de Hulk, ele tocou para Oscar que foi derrubado por Sérgio Ramos, que levou o segundo cartão amarelo da seleção espanhola. Na cobrança, Hulk pegou muito embaixo da bola que subiu sem perigo.

O Brasil seguia em cima da Espanha e perdeu uma chance incrível de fazer o segundo. Neymar puxou o contra-ataque e rolou no meio para Fred, sozinho, bater em cima do goleiro.

Aos 40 minutos, quase o empate espanhol. Em jogada rápida pela esquerda do ataque, Fernando Torres inverteu a jogada para Pedro, que entrou sozinho dentro da área e tirou Júlio Cesar do lance, David Luis em cima da linha salvou o Brasil de levar o primeiro gol.

E a velha máxima do futebol apareceu.

No último ataque do primeiro tempo, Neymar avançou pela esquerda, tocou para o meio para Oscar e se posicionou para receber em liberdade, o passe veio e o camisa 10 dominou e bateu firme, sem chances para o goleiro espanhol. Após o gol uma cena rara e que era cobrada pelos atletas, o apoio do torcedor brasileiro. A torcida gritava o nome de Neymar.

Segundo tempo

Assim como no primeiro tempo, o Brasil veio frenético para o segundo tempo. Com dois minutos da etapa complementar, o terceiro gol do Brasil, o segundo de Fred. Hulk partiu pra cima, tocou para a área, Neymar fez o corta luz e o camisa 9 fuzilou Casillas.

Aos oito minutos pênalti para a Espanha. Na cobrança, Sérgio Ramos tirou de Júlio Cesar e do gol, batendo pra fora.

Neymar jogou bem novamente e foi escolhido como o melhor jogador da competição Flavio FloridoUOL

Neymar jogou bem novamente e foi escolhido como o melhor jogador da competição (Foto: Flavio Florido/UOL)

Del Bosque não acreditando no que estava vendo fez a terceira alteração aos dez minutos. Sacou Torres para colocar Villa em seu lugar, a mudança pouco alterou o panorama da partida. O Brasil diminuiu a marcação sob pressão e com isso a Espanha ficava mais com a bola, mas a liberdade era só do meio de campo para trás, já que não conseguia chegar intermediária do ataque devido a forte marcação feita pelos volantes brasileiros que protegiam a zaga brasileira.

Em novo contra-ataque da seleção, Piquet derrubou Neymar perto da área e levou vermelho direto. A essa altura qualquer chance espanhola de virar já era remota e com um a menos, parecia missão impossível de acontecer.

Aos 27 minutos, Felipão fez a primeira mudança. Tirou Hulk e colocou Jadson em seu lugar.

Os últimos 15 minutos foram mornos, ao menos para a seleção da Espanha, que não conseguia jogar. O Brasil quando tinha a bola cadenciava e tocava de lado, para alegria da torcida. O jogo ficou aberto, e quando os espanhóis chegavam, Júlio Cesar fazia sua parte. Em boa chegada pela esquerda, Villa bateu colocada para grande defesa do goleiro brasileiro.

Os minutos finais foi só festa e sem acréscimo o Brasil se sagrou tetracampeão da Copa das Confederações. Pela primeira vez, uma seleção era tricampeã consecutiva de uma competição da Fifa.

Brasil campeão REUTERSKai Pfaffenbach

Jogadores do Brasil vão saudar a torcida que viveu a partida intensamente (Foto: RUTERS/Kai Pfaffenbach)