Com direito a pênalti defendido pelo estreante Diego Cavalieri, Brasil levanta a taça em La Bombonera.

Por Anderson Marinho

Seleção Brasileira Bicampeã do Superclássico das Américas. Foto: Mowa Press

Argentina e Brasil se enfrentaram no estádio La Bombonera, em Buenos Aires, pela partida de volta do Superclássico das Américas 2012, e após uma derrota por 2 x 1 nos 90 minutos a Seleção Brasileira conquistou o bicampeonato do torneio na disputa por pênaltis, com destaque para o goleiro Diego Cavalieri que defendeu uma das cobranças e justificou a sua convocação.

O Jogo

A Seleção brasileira começou melhor, pressionando o adversário nos cinco minutos iniciais, e teve e primeira oportunidade num chute de Thiago Neves, de fora da área, por cima do gol. Aos poucos a Argentina equilibrou o jogo e chegou a ameaçar a meta do estreante Diego Cavalieri, em uma cabeçada do zagueiro Sebá Domínguez após uma cobrança de falta pela direita.

A primeira grande jogada veio aos 12 minutos, em uma arrancada de Neymar, que passou por três marcadores e tentou servir Fred, que invadia a área livre, mas na hora do passe Desábato fez o corte evitando a conclusão do lance.

Jogando com três zagueiros a Argentina conteve a pressão da seleção canarinho e continuou levando perigo na bola parada. Aos 24 minutos, após cruzamento de Sebá, Martínez arriscou um voleio dentro da área brasileira e a bola passou à direita do gol de Cavalieri. Cinco minutos depois, em cobrança de lance livre no meio de campo, Sebá observou o arqueiro brasileiro adiantado e tentou surpreender com um chute por cobertura, mas a bola saiu por cima do gol.

Pelo lado brasileiro Neymar voltou a levar perigo aos 32 minutos, após um lançamento de Arouca, o craque santista saiu cara a cara com Orión e tentou encobrir o goleiro argentino, mas a bola saiu por cima do travessão, na melhor chance de gol da Seleção Brasileira.

Em um primeiro tempo muito equilibrado as equipes não saíram do 0 a 0, e apesar de ter um time tecnicamente melhor o Brasil parou na marcação dos “hermanos” e ainda correu riscos nas jogadas de bola parada, principalmente com os cruzamentos na grande área, principal arma do rival.

Etapa complementar

Scocco mudou o jogo para a Argentina, mas não evitou a conquista brasileira. Foto: AP

As duas equipes voltaram para o segundo tempo sem alterações.

Precisando vencer por 2 a 0 para reverter o placar do jogo de ida, vencido pelo Brasil por 2 a 1, a Argentina partiu em busca do resultado e logo aos três minutos, Guiñazu lançou Martínez, que invadiu a área e tentou driblar Diego Cavalieri, mas o camisa um da seleção fez boa defesa evitando gol.

Bem marcada a Seleção Brasileira não conseguia sair jogando e pouco criou nos primeiros 15 minutos. Aos 18 minutos o técnico Mano Menezes promoveu a primeira substituição, tirando Fabio Santos, que estava apagado, para a entrada de Carlinhos.

 O jogo ficou morno, com os argentinos esperando uma oportunidade para sair contra-ataque.

Aos 22 minutos Hernán Barcos, pouco acionado no jogo, saiu para a entrada do também atacante Scocco. Mano respondeu com a entrada de Jean na vaga de Arouca.

Três minutos depois, Martínez recebeu lançamento dentro da área, mas passou da bola e caiu após uma trombada com o lateral direito Lucas Marques, gerando muita reclamação por parte dos argentinos, mas o árbitro não viu nenhuma irregularidade e mandou o lance seguir.

Tentando dar um novo ânimo ao time canarinho Mano Menezes promoveu a entrada de Bernard no lugar de Lucas Marques e deslocou Jean para a lateral direita.

Aos poucos a Argentina se soltou no jogo e passou a pressionar em busca do gol, dando mais espaços para a seleção brasileira.

Aos 35 minutos, Scocco partiu em velocidade e se jogou na entrada da área, o árbitro deu pênalti para a Argentina. Na cobrança, o próprio Scocco bateu firme, em meia altura, sem chance para Diego Cavalieri. Argentina 1 x 0 Brasil.

Entretanto, nem deu tempo para comemorar, aos 38 minutos, após um cruzamento da direita, a zaga fez o corte, Jean chegou batendo e no bate rebate, Fred desviou para empatar o jogo. Argentina 1 x 1 Brasil.

Jogadores brasileiros comemoram gol do atacante Fred. Foto: Mowa Press

Logo após o gol, o técnico Alejandro Sabella tirou Cerro para a entrada de Ahumada.

Aos 44 minutos, Montillo, sumido no jogo, avançou em velocidade, se livrou de três marcadores e tocou para Scocco, livre, que bateu no contrapé de Cavalieri para recolocar os donos da casa à frente no marcador.

Com uma postura mais ofensiva nos 15 minutos finais da partida e um gol após um pênalti polêmico marcado pela arbitragem, a Argentina construiu o resultado necessário para levar a decisão do título do Superclássico das Américas para a disputa de pênaltis.

A Seleção Brasileira jogou com o regulamento e foi surpreendida pelo adversário que não fazia um bom jogo, mas melhorou muito com as substituições feitas por Sabella, e contou com a estrela de Scocco.

Decisão por pênaltis

A Argentina abriu a série com o corintiano Martinez, mas Diego Cavalieri, que já havia ido bem na cobrança de Scocco, fez ótima defesa jogando a pressão para o lado dos hermanos.

Pelo Brasil, Thiago Neves bateu de pé direito, no canto direito de Orión, sem chances para o goleiro rival.

E como todo grande goleiro precisa ter sorte, na segunda cobrança dos hermanos, Montillo bateu por cima da meta brasileira.

Demonstrando muita tranquilidade, Jean cobrou com categoria no canto esquerdo abrindo dois gols de vantagem para o Brasil.

O capitão Sebá Domínguez bateu forte, no ângulo, e fez o primeiro dos argentinos.

Carlinhos desperdiçou a terceira cobrança do Brasil recolocando ao donos da casa na disputa.

Scocco, um dos personagens do jogo, foi para quarta cobrança e repetiu a estratégia do pênalti batido durante o jogo, fazendo o segundo gol para os donos da casa.

O artilheiro Fred demonstrou toda a sua experiência, batendo com estilo para converter a quarta cobrança.

Ainda com chances de reverter o resultado, o goleiro Orión converteu o último pênalti dos argentinos e foi para a meta com a missão de defender a última cobrança brasileira para empatar a disputa.

Neymar foi o responsável por fechar a série para a Seleção Brasileira, e com toda a Bombonera pressionando, o craque, que havia desperdiçado um pênalti no último jogo, bateu com categoria, goleiro de um lado e bola do outro, para fazer 4 x 3 e decretar o bicampeonato da Seleção Brasileira no Superclássico das Américas.

FICHA TÉCNICA

ARGENTINA 2 (3) x (4) 1 BRASIL

Gols:

ARGENTINA: Ignácio Scocco, aos 36min do 2º tempo, e aos 44min do 2º tempo

BRASIL: Fred, aos 38min do 2º tempo

ARGENTINA: Agustín Orión; Sebá Dominguez, Leandro Desábato e Lisandro López; Gino Peruzzi, Francisco Cerro (Óscar Ahumada), Leonel Vangioni e Pablo Guiñazu; Walter Montillo; Juan Manuel Martínez e Hernán Barcos (Ignácio Scocco).
Técnico: Alejandro Sabella.

BRASIL: Diego Cavalieri; Lucas Marques (Bernard), Réver, Durval e Fábio Santos (Carlinhos); Ralf, Paulinho, Arouca (Jean) e Thiago Neves; Neymar e Fred.
Técnico: Mano Menezes.

Cartões Amarelos
ARGENTINA: Pablo Guiñazu
BRASIL: Réver e Fred

Árbitro
Enrique Osses (Chile)

Local
Estádio La Bombonera, em Buenos Aires (Argentina)