Seleção joga bem, mas continua sem vencer grandes seleções no comando de Felipão

Por Vladimir da Costa

 

Num belíssimo e inacabado estádio, o Maracanã, o Brasil começou de fato sua preparação para a Copa das Confederações e mostrou para o restante do mundo, alguns dos atrativos que eles terão por aqui.

A seleção mandou durante todo o jogo e não contava com tarde inspirada do goleiro inglês. Joe Hart sempre que foi exigido deu conta do recado, fazendo diversas defesas difíceis no primeiro tempo que terminou sem gols.

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Fred é abraçado por seus companheiros depois te ter marcado primeiro gol da reabertura do estádio (Foto: Wander Roberto/VIPCOMM )

Diferente do segundo tempo, com as diversas mudanças feitas, principalmente pelo lado Brasileiro. Felipão mudou meio time e fez 6 alterações no segundo tempo o que resultaram num jogo corrido e com gols. Brasil abriu o placar com Fred, mas depois levou a virada e chegou ao empate com belo gol de Paulinho. Um empate que ficou de bom tamanho para a seleção Inglesa, já o Brasil segue sem vencer uma grande seleção a três anos.

O Brasil volta a campo, em outro belo estádio, que não esta na lista para ser sede. No próximo domingo, o Brasil vai até Porto Alegre, na Arena Grêmio para fazer seu último amistoso antes da estreia na Copa das Confederações, contra a França.

A partida

Com o time que Felipão considera ideal, com Hulk como titular, no lugar de Lucas, que e Luiz Gustavo, no lugar de Hernanes, o Brasil entrou em campo no lotado Maracanã para enfrentar a seleção inglesa com cautela.

O Brasil, jogando em casa pressionou os minutos iniciais, mas não conseguiu furar o forte bloqueio dos ingleses, que quando tinham a bola, tentavam surpreender saindo em velocidade.

Hulk entrou como titular na partida contra a Ingleterra.Wander Roberto VIPCOMM

Hulk entrou como titular na partida contra a Inglaterra mas não criou jogadas de ataque junto com Neymar. (Foto: Wander Roberto VIPCOMM)

Os primeiros 15 minutos foram de pressão brasileira, mas sem força ofensiva.

Aos 18 minutos a primeira grande chance do Brasil. Neymar recebeu lançamento longo, dentro da área, ficando cara a cara com o goleiro e bateu. A bola explodiu o peito de Joe Hart. Dois minutos depois foi a vez de Hulk bater firme para nova defesa do goleiro inglês.

Neymar parecia afim de jogo. O novo camisa 10 da seleção passou por dois marcadores e bateu colocado. A bola passou perto, no canto esquerdo de Hart.

Aos poucos a Inglaterra ia se soltando e passou a ficar mais com a bola, mas não tinha força ofensiva para chegar ao gol de Júlio Cesar. Ronney, isolado, pouco pegava na bola.

O Brasil era mais efetivo e chegava cada vez mais e ia consagrando o goleiro Joe Hart.

Neymar ganhou a 10 para a partida contra a Inglaterra (Foto: Daniel Marenco)

Neymar ganhou a 10 para a partida contra a Inglaterra (Foto: Daniel Marenco)

Em três chegadas brasileiras o goleiro salvou. Na primeira, Neymar lançou Filipe Luis que parou em Hart. Depois em chutes de fora da área, de Daniel Alves e Oscar, o camisa 1 pegou as duas, sendo a segunda um chute forte do meia que ele espalmou pro lado.

A partida ia caminhando para o final do primeiro tempo com maio volume de jogo da seleção, alias, eram 15 finalizações contra nenhuma dos ingleses que não conseguiam entrar na defesa do Brasil. Nas arquibancadas, era cada vez mais frequente o pedido de “Lucas, Lucas” pela torcida Brasileira.

Aos 36 minutos, Oscar foi tocado, por trás, na entrada da área, mas o juiz mandou seguir.

Aos 39 minutos, a primeira chegada da Inglaterra. Walcott recebeu livre, dentro da área e bateu firme. Júlio Cesar bem colocado uma bela defesa, salvando a seleção de levar o gol.

O Brasil era soberano na partida, apesar de criar boas chances de gol, nenhuma dela de forma limpa e quando conseguiu furar a defesa parava sempre em Joe Hart. A seleção forçava muito pelo meio campo, o que facilitava a marcação e assim seguiu até o apito final do primeiro tempo.

Com duas alterações, o Brasil voltou para o segundo com Marcelo no lugar de Filipe Luis e Hernanes na vaga de Luiz Gustavo, que mais marcou e pouco chegou a frente, como é a característica do volante da Lazio.

Os minutos iniciais da etapa complementar eram de um Brasil tocando bola de uma lado para o outro, procurando espaço diante de uma Inglaterra fechada atrás que, assim como no primeiro tempo, buscava as bolas longas para surpreender a zaga canarinho.

Aos nove minutos, Felipão chamou Lucas, para delírio da torcida que pedia sua entrada desde a metade do primeiro tempo, que entrou no lugar de Oscar.

E de tanto atacar o gol saiu. Hernanes recebeu na intermediária e bateu colocada, a bola caprichosamente bateu na trave, no rebote, Fred, sozinho, pegou de primeira e colocou pra dentro do gol fazendo o primeiro gol da partida.

Com a vantagem no placar e empurrado pela torcida, o Brasil seguia em cima, agora com mais velocidade, com dois atacantes abertos, Lucas pela direita e Hulk pela esquerda.

David Luiz fez dupla de zaga com Thiago Silva, que fizeram uma partida segura, apesar dos dois gols levados (Foto: Wander Roberto VIPCOMM)

Nos 20 minutos, a primeira boa chegada dos ingleses. Depois de cobrança de escanteio, Ronney subiu sozinho, mas a cabeçada saiu pra fora, assustando Júlio Cesar. Aos poucos a Inglaterra ia chegando, muito devido as mudanças feitas pelo técnico. Cinco minutos depois de entrar, Chamberlain deixou tudo igual.

Depois da jogada bem trabalhada na entrada da área, o número 16 tabelou com Lampard e bateu, no canto, sem chances para Júlio Cesar.

A partir daí, a partida ficou equilibrada, com muito ganha e perde no meio campo, o Brasil tinha maior posse de bola, mas não conseguia chegar na linha de fundo. Daniel Alves quase não apareceu. Apenas Marcelo avançava, mas sem efetividade. Assim como a Inglaterra, que quando tinha a bola, tentava avançar com velocidade, mas era neutralizada pelo trio de volantes brasileiros, Hernanes, Paulo e Fernando, que entrou no lugar de Hulk para dar segurança ao meio campo.

E numa dessas jogadas rápidas, a Inglaterra virou. Ronney recebeu na intermediária, partiu em velocidade, viu Júlio Cesar adiantado e bateu, a bola entrou no ângulo. Um golaço.

O gol de empate da seleção não demorou a sair. Aos 36 minutos, Paulinho pegou cruzamento de primeira, um voleio sem pulo, no meio da área e deixou tudo igual. Um belo gol de empate. Dois minutos depois o volante saiu para entrada do Bernard.

A partir dai a tática deu lugar a disposição e a vontade. O Brasil foi pra cima e a Inglaterra ficou toca atrás, mas o Brasil seguia centralizando as jogadas de ataque o que facilitava o desarme dos adversários. E foi assim até o final, Brasil 2 x 2 contra uma seleção inglesa bem taticamente, que conseguiu neutralizar Brasil e garantiu o empate.