Primeiro tempo foi da Portuguesa, Segundo foi do Corinthians, mas a bola insistiu em não entrar.

Por Paulo Edson Delazari
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Marcação foi a tônica da partida hoje no Pacaembu. (Foto: Marcos Ribolli)

Diante de um Pacaembu lotado, o Corinthians não brilhou e apenas empatou em 0 a 0 com a Portuguesa, pela quinta rodada da competição nacional. O técnico Tite esperava mais, no entanto, o comandante terá que se contentar com muito menos. Neste sábado, a equipe alvinegra, mais uma vez, teve uma performance ruim. O setor ofensivo corintiano tem deixado a desejar neste início de Campeonato Brasileiro. Em cinco confrontos, a equipe paulista marcou apenas três gols na competição. As chances até apareceram mas ficaram na trave por duas vezes. Já a Portuguesa soma 3 pontos e, ainda sem vencer, está na zona de rebaixamento, mas com um jogo a menos, podendo se igualar ao Corinthians em pontos caso vença o Fluminense na quarta.

O primeiro tempo no Pacaembu foi fraco tecnicamente. O Corinthians encontrou muitas dificuldades para superar a bem postada marcação da Portuguesa. A equipe visitante, aliás, foi mais perigosa e criou as melhores chances antes do intervalo, numa delas Cassio espalmou e a bola bateu no travessão. Para complementar o mal momento, o Corinthians ainda teve Alessandro e Paulo André deixando o jogo mais cedo, lesionados.

Na segunda etapa, o Corinthians foi bem mais agressivo. O técnico Tite apostou na estreia do meia Ibson, que foi apresentado na última sexta-feira. O ex-jogador do Flamengo, porém, não brilhou. O treinador também colocou Romarinho na vaga de Douglas, já no fim do duelo. Durante o segundo tempo, o time alvinegro pressionou mais, chegou a acertar a trave duas vezes, mas não conseguiu furar a defesa adversária.

O Corinthians, agora, só volta a atuar pelo Campeonato Brasileiro depois da Copa das Confederações. A equipe do técnico Tite joga no dia 7 de julho, um domingo, contra o Bahia, em Salvador. Antes, no dia 3, enfrenta o São Paulo, no Morumbi, pela Recopa Sul-Americana. Já a Portuguesa tem compromisso na quarta-feira, diante do Fluminense, no Canindé.

O jogo

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Cassio salvou o Corinthians do pior no primeiro tempo diante da Lusa. (Foto: Marcos Ribolli)

Emerson parecia mais ansioso do que Alexandre Pato (pressionado pelo longo jejum de gols) para abrir o placar para o Corinthians contra a Portuguesa. Já no princípio da partida, o Sheik pedia a bola no campo de defesa e abusava de sua jogada característica: velocidade até chegar diante da marcação, cortar e finalizar.

Como a pontaria de Emerson não estava das melhores, o Corinthians logo precisou recorrer a outras armas. Mais uma vez, no entanto, Douglas e Danilo não conseguiam fazer o jogo chegar com eficiência ao ataque, onde Pato estava isolado. Alessandro e o jovem Igor também não apareciam como boas alternativas pelos lados do campo.

Para piorar, o Corinthians passou a contar com um lateral direito improvisado a partir dos 20 minutos. O volante Willian Arão substituiu Alessandro, lesionado, e começou a conviver com as broncas de (um já não muito tranquilo, como costumava dizer) Alexandre Pato, que queria mais precisão nos cruzamentos e lançamentos.

Apesar de não atravessar seus melhores dias, a individualidade de Pato ainda era a principal esperança de muitos corintianos para remediar a falta de criação no Pacaembu. Um grupo de mulheres berrava histericamente – não de medo pela má fase, mas de adoração – a cada toque na bola do atacante. Já os homens preferiram reverenciá-lo com muitas pautas minutos antes, no anúncio das escalações.

Desesperando aqueles torcedores que Pato ainda cativa, contudo, a Portuguesa foi mais incisiva no primeiro tempo – mesmo com menor posse de bola. Aos 22 minutos, por exemplo, muitos torcedores do Corinthians levaram as mãos à cabeça ao ver o goleiro Cássio salvar uma bela cabeçada de Diogo após cruzamento de Rogério.

A jogada perigosa deixou o polêmico treinador Edson Pimenta sorridente na área técnica. Afinal, a proposta de jogo da Portuguesa parecia surtir efeito diante do Corinthians, que tinha dificuldades para transpor um truncado meio-campo e, vez ou outra, ainda sofria com contra-ataques. Os lusitanos presentes até aproveitaram a situação para ofender o volante Guilherme, que saiu de forma conturbada do Canindé.

Enquanto Guilherme respondia ao público adversário com empenho exagerado (como com um chapéu incompleto e uma disputa de bola pelo alto com um companheiro de time), Tite já começava a perder a paciência. Seus problemas aumentariam no final do primeiro tempo, quando o zagueiro Paulo André se machucou e foi direto ao banco de reservas.

Tite foi ousado ao substituir Paulo André para o segundo tempo. O Corinthians voltou a campo com o estreante meio-campista Ibson, que acaba de chegar ao clube, e deslocou Ralf para a zaga. A mudança animou um pouco os atacantes. “Realmente, temos de melhorar”, conscientizou-se Emerson. “Estou tentando, vendo se a bola chega. Mas o gol vai acontecer”, esperançou-se Pato.

Do outro lado, a Portuguesa não pensava em mexer no que estava dando resultado. “Meu goleiro não fez uma defesa no primeiro tempo. Ficou só torcendo no primeiro tempo. Mas estamos jogando com o Corinthians, o campeão mundial, e qualquer descuido pode ser fatal”, alertou o defensor Valdomiro.

O time que se descuidou logo no início da etapa complementar foi o Corinthians. Aos seis minutos, Diogo apareceu livre de marcação dentro da área e só não marcou o gol porque chutou fraco, facilitando o corte de Igor. De qualquer forma, a equipe mandante estava claramente mais bem armada ofensivamente com a presença de Ibson.

Um pouco mais entusiasmados com as constantes inversões de posicionamento entre Emerson, Danilo e Douglas, os torcedores do Corinthians também passaram a ser mais envolventes no Pacaembu – lembrando que, nesta noite, o time teria de ganhar. Para a meta ser mais real, o Sheik deveria ter ajustado o pé em um chute de longe e Pato ter chegado à bola antes da zaga dentro da área.

Com as chances perdidas, a torcida não hesitou para fazer coro e pedir a entrada de Romarinho na partida. Tite imediatamente chamou o jogador para fazer aquecimento antes de substituir Douglas, que irritava o público sentado na área Vip por seu estilo cadenciado. Na Portuguesa, Pimenta trocou Bruninho e Cañete por Lucas Silva e Michel.

As alterações fizeram com que o jogo se tornasse de ataque contra defesa, com muita pressão do Corinthians para cima da Portuguesa. O problema (um deles) era que Danilo estava sonolento para concluir a gol, desperdiçando inúmeros rebotes. Mais atentos, Romarinho e Gil chegaram a acertar a trave em um chute forte e em uma cabeçada – o mais perto do gol que o time da casa conseguiu chegar.

FICHA TÉCNICA:
CORINTHIANS 0 X 0 PORTUGUESA

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 8 de junho de 2013, sábado
Horário: 18h30 (de Brasília)
Árbitro: Flávio Rodrigues Guerra (SP)
Assistentes: Rogério Pablos Zanardo e Celso Barbosa de Oliveira (ambos de SP)
Público: 30.785 pagantes (total de 33.219)
Renda: R$ 993.227,00
Cartões amarelos: Bruninho, Cañete, Diogo (Portuguesa)

CORINTHIANS: Cássio; Alessandro (Willian Arão), Gil, Paulo André (Ibson) e Igor; Ralf, Guilherme, Emerson, Douglas (Romarinho) e Danilo; Alexandre Pato
Técnico: Tite

PORTUGUESA: Glédson; Ivan, Valdomiro, Lima e Rogério; Bruninho (Lucas Silva), Corrêa, Souza (Jean Mota) e Cañete (Michel); Matheus