Em mais uma partida decidida na prorrogação, os Diabos Vermelhos conseguiram vencer “Howard” e avançam para as quartas.

Por Vladimir da Costa

Em mais uma partida emocionante, que só foi decidida na prorrogação, pode-se apreciar por mais de 115 minutos grandes jogadores em ação, tensão e no fim, tristeza e felicidade em doses elevadas.. No caso, Bélgica e Estados Unidos. O empate em 0 a 0 na Arena Fonte Nova, em Salvador. Pela quinta vez nessa Copa do Mundo, a decisão foi para a prorrogação, muito devido a excelente apresentação do goleiro americano, Tim Howard que pegou tudo no tempo normal, mas com os espaços dados por sua equipe que jogou pra frente, na prorrogação, o goleiro foi supero pelo bom ataque adversário. Com gols de De Bruyne e Lukaku – que entrou no tempo extra e mudou a partida – a Bélgica venceu por 2 a 1, eliminou o time de Klinsmann e agora vai enfrentar a Argentina pelas quartas de final, sábado, às 13h, no Mané Garrincha, em Brasília.

Lukaku e De Bruyne comemoram gol contra os Estados Unidos. (Foto: REUTERS/Marcos Brindicci)

Lukaku e De Bruyne comemoram gol contra os Estados Unidos. (Foto: REUTERS/Marcos Brindicci)

Depois do placar zerado no tempo normal, a prorrogação foi frenética, como virou marca registrada nessa Copa. No total, os belgas fizeram 38 finalizações, recorde em um jogo do Mundial 2014, contra 15 do adversário. Tanto que, o goleiro Howard foi o personagem principal: eleito o melhor em campo e apontado pela Fifa como o que mais defesas fez nesta Copa em uma só partida (16, no total). Apesar disso, sua seleção não teve melhor sorte que o ataque belga que fizeram dois gols no primeiro tempo da prorrogação, se seguraram e conseguiram uma classificação história em uma partida que deixou os torcedores presentes na Fonte Nova satisfeitos com o que viram.

A partida

Logo nos primeiros minutos, a Bélgica se lançou ao ataque e levou perigo com Origi, jovem atacante que ganhou a vaga de Lukaku. Mas, a partir daí, a partida seguiu sem grandes emoções. Ainda assim, o time comandado por Marc Wilmots rondava mais a área adversária.

Aos poucos, as jogadas começaram a encaixar. Bradley conseguiu a primeira finalização. Abriram-se espaços em campo e os belgas despertaram.

Howard se estica todo para defender finalização de Kompany. (Foto: EFE/EPA/ALI HAIDER)

Howard se estica todo para defender finalização de Kompany. (Foto: EFE/EPA/ALI HAIDER)

Dentro da área, De Bruyne perdeu boa chance ao chutar mal. A Bélgica encurralou os EUA em sua defesa.Tentaram o gol com bola alçada na área, chute rasteiro, mas faltava qualidade e maior eficiência.

Depois da parada técnica aos 30 minutos, para hidratação, os jogadores voltaram desligados, poucas jogadas de emoção ou futebol bem jogado no restante do primeiro tempo.

No tempo regulamentar, a Bélgica fez jus ao apelido e voltou com tudo. Jogando por todos os lados do campo, os Diabos Vermelhos foram em busca da vitória e encurralaram os americanos no seu campo de defesa. A partir daí, começou a brilhar a estrela do goleiro americano. Howard fechou o gol dos belgas que não conseguiram furar a barreira do goleiro dos Estados Unidos. Algumas vezes por deficiência do ataque, que não conseguia finalizar e muitas outras, simplesmente, porque o goleiro pegou tudo.

Muralha americana

O segundo tempo começou com bola para lá, bola para cá, até que Mertens cabeceou meio esquisito, mas obrigou Howard a fazer boa defesa. Minutos depois, cruzamento rasteiro pela esquerda, Origi tentou finalizar, errou de forma incrível e caiu ele próprio no fundo do gol.

A Bélgica tomava mais iniciativa, tinha posse de bola e chegou bem, novamente com Origi, que cabeceou no travessão. Depois, o goleiro americano salvou.

Tim Howard fez sua parte mas não conseguiu evitar a eliminação da equipe americana. (Foto: AFP PHOTO / MARTIN BUREAU)

Tim Howard fez sua parte mas não conseguiu evitar a eliminação da equipe americana. (Foto: AFP PHOTO / MARTIN BUREAU)

Só dava Bélgica. Mertens tentou de letra, mas a bola foi para fora. Os diabos vermelhos criavam, mas faltava capricho no último toque. O torcedor se levantava apenas para tentar fazer uma “ola” que ficou pelo meio do caminho. Ainda assim, os belgas tinham maior domínio. Os EUA só chegavam com finalizações de longe e bolas alçadas na área.

O goleiro americano Howard seguia fazendo defesas importantes. Passou a ser personagem de um jogo que se desenhou em ataque contra defesa. Os EUA não souberam aproveitar os espaços deixados pelos belgas. Nos descontos, os americanos tiveram a melhor chance. Aos 46 do segundo tempo, em cruzamento para a área, Jermaine Jones desviou de cabeça e Wondolowski teve a chance de matar o jogo, mas, na risca da pequena área, mas o atacante que estava sozinho pegou muito mal na bola chutou para fora, para desespero de Klinsmann.

Prorrogação e gols.

Antes de começar a prorrogação, Vertonghen vomitou. Mas seguiu em campo e viu os EUA darem brecha na zaga. E a Bélgica aproveitou, fez boa investida e, dessa vez, Howard não teve como fazer milagre. Origi que já havia perdido ao menos duas boas chances, saiu para entrada de Lukaku que entrou e “incendiou” a partida. Aos dois minutos, fez boa jogada e tocou para De Bruyne balançar e chutar bem: 1 a 0. Mesmo não evitando o gol, o camisa 1 da equipe de Klinsmann seguiu salvando a pátria de um placar mais elástico.

Jogadores da Bélgica comemoram gol contra os Estados Unidos na prorrogação. (Foto: AFP PHOTO / ADRIAN DENNIS)

Jogadores da Bélgica comemoram gol contra os Estados Unidos na prorrogação. (Foto: AFP PHOTO / ADRIAN DENNIS)

Mas logo a Bélgica ampliou, com Lukaku. O atacante marcou o segundo e por uns instante o desanimo tomou conta do time americano. Mas quando tudo parecia resolvido, os EUA diminuíram com Julian Green, após ótimo passe de Bradley pelo alto, no primeiro lance do segundo tempo da prorrogação. Na jogada seguinte, Jones quase empatou o jogo, mas a bola passou raspando a trave esquerda.

A prorrogação seguiu animada e Lukaku teve outra chance de ampliar para os belgas. Howard voltou a mostrar sua importância e fez outro milagre em Salvador. Courtois também teve trabalho para manter o placar que garantia sua equipe nas quartas de final. Em jogada bem ensaiada na cobrança de falta, Dempsey apareceu cara a cara, e o camisa 1 dos Diabos Vermelhos se virou para afastar o perigo. Os americanos seguiram na pressão, mas o placar não foi mais alterado.

Apesar da derrota, os americanos saíram aplaudidos e de cabeça erguida pelo futebol aguerrido demonstrado na copa e principalmente nesta partida.