Das tribunas, o goleiro-artilheiro se despediu dos gramados em jogo vencido com golaço de seu xará.

Por Vladimir da Costa

De longe, Rogério Ceni viu seu time do coração vencer uma partida morna, mas que garantiu a vaga na Libertadores. Ele também viu a confirmação do rebaixamento do Goiás, já previsível.

Na partida que marcava a despedida do líder e eterno capitão do time, os jogadores que ouviram a preleção de Rogério Ceni, antes da partida contra o Goiás, podiam ter ao menos ter absorvido um pouco do que foi dito. É bem verdade que o empate bastava para garantir a classificação na libertadores, mas o que foi apresentado no primeiro tempo não passou nem perto desse merecimento. Assim como o Goiás, que apesar da pequena chance para sair do rebaixamento, ela existia e o time de Goiânia nada fez para merecer permanecer na elite do futebol brasileiro.

Rogério, o atacante, comemora o gol da vitória do tricolor. (Foto: André Costa/Estadão Conteúdo)

Rogério, o atacante, comemora o gol da vitória do tricolor. (Foto: André Costa/Estadão Conteúdo)

O desastroso ano que rondou o time do Morumbi, só teve algum alento no final. Pato, que se despediu do São Paulo de forma melancólica, assistiu do banco sua despedida. Não se sabe para onde vai, o que se espera para 2016 é um ano mais tranquilo, principalmente nos bastidores. Um time que teve incrível crise política, chegar entre os quatro melhores do brasileiro não é para qualquer um. Mostra que o time tem qualidade, apesar de estar longe de ter uma alma.

Do outro lado, o Goiás nada fez para merecer a permanência na primeira divisão. Desde o início da partida, o time que passou o segundo turno inteiro na zona de rebaixamento, parecia não se importar com o jogo. Pouco explorou os muitos pontos falhos do São Paulo. Uma das revelações do brasileiro, Erik foi apagado, assim como seus companheiros.

A partida

Com as duas equipes precisando do resultado positivo, a partida começou de maneira lenta. Com o São Paulo com mais posse de bola, mas centralizada no meio campo, sem agredir o adversário.

O Goiás por sua vez, que esperava o São Paulo no campo de defesa, quando tinha a bola, era mais veloz, tentava surpreender o adversário na base da velocidade, já que o time tinha limitações técnicas, o time goiano apostava no contra-ataque e esperava que Erik e Bruno Henrique, resolvessem na frente.

Apesar da torcida que encheu as dependências do Serra Dourada, os donos da casa não conseguiam impor seu jogo. Ficavam na dependência de um erro do adversário que não vinha, muito mais porque não queria acertar.

Com Pato no banco de reservas e somente com Alan Kardec no ataque, o São Paulo não levava perigo algum ao gol de Renan. Milton Cruz, que podia mexer na equipe, resolveu apenas reclamar dos jogadores em campo, que não pareciam disputar uma vaga na libertadores 2016.

Thiago Mendes foi o destaque do tricolor na vitória do São Paulo no Serra Dourada. (Foto: Lance)

Thiago Mendes foi o destaque do tricolor na fraca partida disputada no Serra Dourada. (Foto: Lance)

Apenas aos 39 minutos, aconteceu algo de interessante. Kardec fez a parede e deu ótimo passe para Thiago Mendes, que saiu na cara de Renan. O goleiro cresceu e evita o gol do São Paulo. Minutos depois foi a vez do atacante ser retribuído com um passe de Michel Bastos, mas o domínio saiu errado e a bola escapou do atacante.

Mesmo sem ter gostado do que viu no primeiro tempo, Milton Cruz não mexeu no time para o segundo tempo e a preguiça permaneceu. Dos dois lados.

Sem criatividade e com o freio de mão puxado, as equipes pouco se esforçavam para dar emoção a partida.

Com exceção de uma cobrança de falta de Fred, o goleiro Denis, praticamente não participou do jogo. Na chance mais clara, o goleiro são-paulino só pode reclamar. Erik fez boa jogada pela esquerda, invadiu a área e tocou para Carlos. Ele ajeitou para Bruno Henrique, que cabeceou fraco, para fora.

Com os resultados das demais partidas, a torcida do Goiás já sabia que o placar em nada mudava a situação da equipe que irá disputar a segundona no próximo ano. Do lado tricolor, o empate, apesar da favorável, era perigoso e um gol do Goiás não mudava a situação dos donos da casa, mas eliminavam o tricolor da Copa Libertadores. E por conta disso, o desespero no banco são-paulino era total a cada jogada perdida, então imaginem a tensão no banco de reservas.

Para finalizar a morosa partida, aos 47 minutos, por ironia do destino, o único nome gritado nas arquibancadas na torcida são-paulina, marcou o gol, não o goleiro, mas o atacante. Rogério que havia entrado a pouco, recebeu na ponta da área do Goiás, se livrou do marcador e bate no ângulo de Renan.