Seleção espanhola empata, vê França ganhar e cai para segundo em seu grupo.

Por Paulo Edson Delazari

Jogadores da Finlândia comemoram ao fundo o empate contra a Espanha. (Foto: AFP)

Espanha já tem motivos para se preocupar com a sua presença na Copa do Mundo de 2014. Novamente dona da posse de bola – e de um futebol pouco objetivo -, a Fúria permitiu que a zebra surgisse no Estádio El Molinón, em Gijón, em seu quarto compromisso pelo Grupo I das eliminatórias europeias. Sob vaias, a líder do ranking da Fifa empatou com a lanterna Finlândia, por 1 a 1, e viu suas chances de classificação direta se reduzirem.

O time treinado por Vicente del Bosque caiu para segundo na chave, com oito pontos – a França assumiu o primeiro posto com dez pontos depois de derrotar a Geórgia, também nesta sexta, por 3 a 1, no Stade de France. Ambos os resultados tornam o clássico da próxima terça, também na casa dos Bleus, uma verdadeira decisão para os espanhóis. Em caso de derrota, apenas improváveis tropeços dos franceses impedirão que a Espanha dispute a repescagem. A Finlândia, que ocupa o 87º lugar no ranking, tem apenas dois pontos.

Tudo parecia festa. Talvez por não estar acostumada a ver os craques de Barcelona, Real Madrid e outros grandes europeus jogando a seu favor, a torcida de Gijón se mostrava paciente com a falta de profundidade do futebol espanhol. Ela ganhou verdadeiros motivos para sorrir no início do segundo tempo, com o gol de Sergio Ramos. O falso controle do jogo acabou deixando os finlandeses se aproveitarem de um descuido e igualarem o marcador num contra-ataque aos 33, com Pukki.

O Jogo

Iniesta esteve apagado, assim como toda seleção espanhola. (Foto: Reuters)

Os números de posse de bola foram ainda mais impressionantes do que o habitual. A equipe treinada por Vicente del Bosque desceu para o intervalo com 82% do domínio, só que com um sonoro zero no placar. Poderia até ter marcado em duas oportunidades, mas Cazorla e Iniesta, aos 23 e 38 minutos, viram suas finalizações de fora da área saírem. Sem Xavi, lesionado, e Xabi Alonso, poupado, simplificar era um dos importantes deveres para a etapa final.

Apesar do zero na primeira etapa não demorou e a Espanha em quatro minutos abriu o marcador no segundo tempo. Em escanteio cobrado por David Silva, Sergio Ramos saltou e fez de cabeça justamente no seu 100º jogo com a camisa vermelha. Os dois, por sinal, eram, ao lado de Arbeloa, os únicos àquela altura que não eram jogadores do Barcelona.

Apesar do entrosamento, o ritmo seguiu lento e pouco empolgou os torcedores de Gijón. A Finlândia, por sua vez, sentia que com o passar do tempo que poderia se arriscar mais e acabou premiada na sua primeira real investida em contra-ataque. Aos 33, Raitala acelerou pela ponta esquerda e cruzou rasteiro para Pukki se antecipar à zaga e completar.

O clima de desespero tomou conta dos espanhóis. Coincidentemente, a França cada vez mais consolidava sua vitória sobre a Geórgia, no Stade de France, jogando a Fúria para a segunda colocação na chave. Era preciso não apenas talento, mas também uma objetividade aparentemente escondida em algum lugar do esquema tático da Espanha. Negredo, aos 42 e 45, foi quem chegou mais perto do gol. Acabou sendo pouco para os donos da casa, que tiveram de ouvir vaias de uma torcida, agora desconfiada e temerosa sobre a classificação para a Copa do mundo de 2014.

Valbuena e Ribery comemoram vitória sobre a Georgia. (Foto: AP)

Repescagem

 

Caso a Espanha seja surpreendida pela França e de fato termine em segundo na sua chave, a repescagem pode ser um pesadelo para os espanhóis, pois seleções como Portugal, Inglaterra, Croácia, Grécia, Suécia e Bélgica também correm sérios riscos de terminarem em segundo na sua chave e o sorteio dos jogos poderiam levar um confronto entre estas forças do futebol europeu.

Tabela e Resultados das eliminatórias