Foi sofrido, mas a Fúria superou o cansaço e a forte seleção italiana nas penais para chegar decisão.

Por Anderson Marinho

No reencontro entre Espanha e Itália, na Arena Castelão em Fortaleza, válido pela semifinal da Copa das Confederações 2013, os atuais campeões do mundo conquistaram nos pênaltis, após o zero a zero no tempo regulamentar e na prorrogação, a vaga para a grande final da competição e agora enfrentam a Seleção Brasileira na disputa por mais um titulo, no próximo domingo às 19h00 no estádio do Maracanã.

Espanhóis comemoram a classificação. Foto: Getty Imagens

Espanhóis comemoram a classificação. Foto: Getty Imagens

Já a derrotada Itália terá pela frente o Uruguai na ensolarada Salvador, às 13h00 na Arena Fonte Nova, pela decisão de terceiro e quarto lugar.

O jogo

Como já era esperado a Espanha tomou a iniciativa nos 10 minutos iniciais da partida, com o seu tradicional toque de bola, tentando envolver a seleção italiana, mas faltava objetividade e a equipe encontrou dificuldades para superar a forte marcação.

Melhor em campo, a Itália teve as principais oportunidades no primeiro tempo. Aos 14 minutos, após cruzamento de Maggio, Gilardino se antecipou à zaga adversária e finalizou com perigo, a bola saiu à esquerda da meta defendida por Casillas.

Dois minutos depois, Maggio recebeu bom lançamento, cara a cara com Casillas, e desviou de cabeça, mas o arqueiro espanhol saiu bem para evitar o gol.

E os italianos seguiam levando perigo pelos lados do campo. Aos 17 minutos, Candreva foi derrubado na ponta direita, Na cobrança da falta, Pirlo fez o levantamento e De Rossi cabeceou firme, à direita do gol.

Na jogada seguinte, Giaccherini cruzou boa bola da esquerda, Maggio escorou e Marchisio, livre, cabeceou pra fora.

Italianos lamentam chance desperdiçada. Foto: UOL

Italianos lamentam chance desperdiçada. Foto: UOL

Em situação incomum para os atuais campeões do mundo, a Espanha não conseguia sair nos contra ataques e pouco criou em seu setor ofensivo.

Aos 35 minutos, Giaccherini fez grande jogada pela ponta esquerda e acionou Maggio, livre, que obrigou Casillas a fazer uma grande defesa após uma cabeçada firme.

A Espanha respondeu em seguida, Fernando Tores dominou uma bola espirrada, girou para cima da marcação, se livrou de Barzagli e chutou cruzado, mas a bola saiu a esquerda da meta de Buffon.

Aos 42 minutos, Giaccherini, de novo ele, avançou e velocidade pela meia esquerda e acionou De Rossi, o camisa 16 bateu firme, mas Casillas espalmou afastando perigo.

Etapa complementar

A Itália retornou para o segundo tempo com Montolivo na vaga de Barzagli, com isso De Rossi assumiu o papel de terceiro zagueiro no time do técnico Cesare Prandelli.

De Rossi atuou como terceiro zagueiro a partir do segundo tempo. Foto: Getty Imagens

De Rossi atuou como terceiro zagueiro a partir do segundo tempo. Foto: Getty Imagens

A partida foi retomada com a mesma tônica da etapa inicial, com forte marcação da azurra e pouco espaço para os contra ataques espanhóis.

Tentando modificar o cenário, Vicente Del Bosque promoveu a entrada de Jésus Navas na vaga de David Silva, abrindo Pedro e Navas nas pontas, com Torres no comando de ataque, pressionando os três zagueiros italianos.

A substituição surtiu efeito no primeiro momento. Aos 12 minutos, Torres ajeitou boa bola para Navas, na entrada da área, que chegou chutando rasteiro para defesa segura de Buffon.

Entretanto, a Itália manteve a sua proposta de jogo, marcando com eficiência e dificultava as ações da Espanha, que só chegou novamente seis minutos depois, com Iniesta em chute de fora da área que saiu pela linha de fundo.

Com o calor escaldante em Fortaleza as duas equipes diminuíram o ritmo do jogo, e apesar de manter a bola mais tempo em sua intermediaria ofensiva a Itália já não conseguia ser tão incisiva quanto no primeiro tempo.

Andres Iniesta tenta se refrescar no forte calor cearense. Foto: Getty Imagens

Andres Iniesta tenta se refrescar no forte calor cearense. Foto: Getty Imagens

Os dois treinadores voltaram a mexer em suas equipes aos 33 minutos. Na Espanha Juan Mata entrou na vaga de Pedro, pelo lado italiano Marchisio deu lugar à Aquilani.

A Espanha tentou acelerar o ritmo novamente depois dos 40 minutos, e em um raro momento de perigo contra a meta italiana, Fernando Torres partiu em velocidade, acionou Navas na ponta direita, o meia fez bom cruzamento para Piqué, mas o defensor isolou a bola.

Um minuto depois, Navas arriscou o arremate de fora da área, no canto esquerdo de Buffon, mas o arqueiro italiano fez boa defesa.

A Itália ainda teve uma boa chance aos 45 minutos, após cruzamento de Maggio, Aquilani arriscou um voleio, a bola sobrou para Gilardino, mas a arbitragem marcou impedimento do centroavante italiano.

Prorrogação

Na volta ao jogo o técnico italiano Cesare Prandelli sacou o exausto Gilardino para a entrada de Giovinco.

Com as duas equipes desgastadas, a prorrogação começou aberta, com boas chances de gols para ambos os lados.

Logo aos dois minutos, após cruzamento de Candreva, Giovinco foi travado pela marcação, mas Giaccherini chegou batendo de primeira, a bola explodiu na trave esquerda de Casillas.

Giaccherini acerta a trave de Casillas. Foto: Getty Imagens

Giaccherini acerta a trave de Casillas. Foto: Getty Imagens

Depois do lance, Del Bosque também abriu mão do centroavante, com a entrada de Javi Martínez no lugar de Torres.

A Espanha melhorou e tomou a iniciativa em busca do resultado, fazendo aquilo que era esperado durante os 90 minutos, mas faltava a finalização.  Piqué, aos quatro minutos e Jordi Alba, aos nove, desperdiçaram boas oportunidades.

Com a pressão espanhola a Itália passou a cometer muitas faltas em seu campo de defesa, gerando perigo para a meta de Buffon.

Aos 10 minutos, Mata foi derrubado na ponta esquerda. Na cobrança, Xavi fez o levantamento e Piqué cabeceou por cima do travessão.  Três minutos depois Xavi foi novamente para a cobrança, mas dessa vez bateu direto e bola saiu pela linha de fundo.

2º tempo prorrogação

Claramente mais cansada, a Itália tentou segurar a bola no campo de ataque durante os quinze minutos finais do tempo extra, para evitar uma nova blitz espanhola, mas passou sufoco novamente.

Aos nove minutos, Xavi avançou pelo meio e arriscou um chute com efeito, Buffon desviou e a bola explodiu na trave italiana, na sobra Mata chegou atrasado.

Velocista, Jésus Navas deu traalho para a cansada Itália na prorrogação. Foto: Getty Imagens

Velocista, Jésus Navas deu traalho para a cansada Itália na prorrogação. Foto: Getty Imagens

Um minuto depois, Jésus Navas avançou pela direita e chutou cruzado para boa defesa do capitão italiano.

Sem fôlego para subir ao ataque a Itália passou a valorizar a posse de bola, segurando o empate.

Com o resultado a decisão do segundo finalista da Copa das Confederações foi para a disputa por pênaltis, marcada pela eficiência dos batedores e uma cobrança ao estilo Roberto Baggio.

Penalidades

Candreva abriu a série para a Itália, com uma linda cavadinha, surpreendendo Casillas.

O nível das cobranças era excepcional, com cem por cento de aproveitamento para os batedores ante os goleiros até o final da série principal. Aquilani, De Rossi, Giovinco e Pirlo pelo lado italiano, Xavi, Iniesta, Piqué, Sérgio Ramos e Mata para os espanhóis, converteram todas as cobranças.

Bonucci chuta por cima da meta de Casillas. Foto: Getty Imagens

Bonucci chuta por cima da meta de Casillas. Foto: Getty Imagens

Aí iniciou-se a série alternada, onde qualquer erro seria fatal, e a fúria levou a melhor.

Montolivo cobrou o primeiro para a Itália, batendo no canto direito de Casillas. Busquets também converteu o seu e deixou tudo igual.

Na sétima cobrança da série, o zagueiro Bonucci, ao estilo Baggio na final da Copa de 1994, pegou em baixo da bola e a isolou para o desespero dos italianos.

Nos pés de Jésus Navas estava a classificação da Espanha para mais uma decisão, o meia fechou a série com uma cobrança rasteira, no canto direito de Buffon. Espanha 7 x 6 Itália.

Brasil e Espanha, em um duelo esperado por muitos, decidirão a Copa das Confederações.

Jésus Navas_Getty Imagens

Jésus Navas foi o herói da classificação espanhola. Foto: Getty Imagens