Após 14 anos Brasil e Espanha voltam a se enfrentar, desta vez na final da Copa das Confederações.

Luiz Soares
Jésus Navas_Getty Imagens

Jesus Navas comemora gol de penalti que levou a Espanha à final.

Quatorze anos, esse é o tempo que demorou para Brasil e Espanha, voltarem a se enfrentar. Neste intervalo, cada país trilhou uma história e evolução diferentes em seu futebol. De um lado, os europeus que, após vencerem a Eurocopa de 2008, não pararam mais de evoluir. Do outro, a seleção canarinha que, após vencer a Copa do Mundo de 2002, parece ter estagnado. Ontem, após a vitória nos pênaltis sobre a Itália, a seleção da Espanha se credenciou para a final da Copa das Confederações 2013, contra o Brasil. Com este jogo, vêm algumas estatísticas interessantes. É apenas a segunda final desta competição entre campeões do mundo, a primeira foi entre Brasil e Argentina em 2005. O Brasil pode ser o terceiro anfitrião a vencer a competição, México e França conseguiram o feito em 1999 e 2003, respectivamente. Domingo, às 19h, no Maracanã, poderemos ver quem marcará mais uma vez estas escritas.

O palco do jogo de domingo foi um tema bem comentado entre os espanhóis, após o jogo contra a Itália. Grande parte deles, como o goleiro Iker Casillas e o zagueiro Sérgio Ramos, exaltaram o estádio do Maracanã e sua história. Muitos desses jogadores, nunca jogaram no estádio, até mesmo nesta Copa das Confederações, pois na primeira fase, quando enfrentou o Taiti, o time espanhol entrou com quase todo seu time de reservas.

Por outro lado, por ter uma seleção jovem, muitos brasileiros jogaram pouco ou nem jogaram no estádio do Maracanã. Quem falou sobre isso ontem, foi o goleiro Júlio Cesar, que conheceu o antigo estádio, quando jogava pelo Flamengo. “Maracanã é onde tudo começou na minha carreira, foi onde estreei, em 1997. Agora passa tudo na cabeça”, afirmou o arqueiro. Se formos colocar jovens jogadores da seleção, como Neymar, Bernard, Oscar e Lucas, também são jogadores que não jogaram no antigo maracanã e muito pouco recentemente, uma vez que estádio foi recém inaugurado.

Este estádio, acostumado com grandes públicos, terá a torcida como ator fundamental para a seleção brasileira. Ontem, por exemplo, em Fortaleza, foi muito comentado pelos espanhóis, o que a torcida fez. O meio campo Iniesta deu uma posição interessante sobre os momentos de vaia que a torcida soltava no jogo e até sobre os gritos de olé a favor da seleção italiana. “A torcida paga ingresso e eles podem decidir para quem querem torcer”, pontuou o jogador.

História

Ao longo da história futebol, o Brasil sempre foi aquele time que espantava os adversários, que olhavam seus jogadores com admiração, chamavam a atenção. Isso mudou um pouco, mas não completamente. Apesar da supremacia espanhola no futebol atual, inclusive entre clubes, os espanhóis esbanjaram respeito em suas falas ontem, sobre o Brasil. O goleiro Casillas, por exemplo, disse que “será difícil enfrentar o Brasil, é uma seleção jovem, rápida. Mas, mesmo mais velhos, nossos jogadores têm alegria de jogar futebol e não vamos mudar nosso estilo. Vai ser uma partida histórica, todos queriam ver esse jogo”, afirmou o goleiro.

Mesmo após 2002, com o Brasil não ter mais mostrado sua qualidade conhecida, ocupando a 22ª posição do ranking mundial da FIFA, atrás de times como Gana, esse discurso de Casillas, traz um pouco do respeito que o mundo ainda tem pelo Brasil. Por outro lado, a Espanha agora, líder do mesmo ranking, tem jogadores que fazem história ao redor do mundo.

O jogo esperado há anos chegou, e ainda em uma grande final. Uma seleção espanhola, que desde 2008 joga junto e uma seleção brasileira que, podemos dizer, montada há um mês. Os times irão medir suas forças e poderão mostrar se, de fato, a história ou o momento fazem a diferença.