Decisão do título fica para o jogo de volta no Morumbi.

 

 

Por Anderson Marinho

Na primeira partida da final da Sul-Americana, o São Paulo parece ter sentido a falta que um titulo internacional faz. Jogando em um estádio místico e importante, mesmo sem sua capacidade máxima, longe disso, menos de 25 mil pessoas dos 49 mil lugares disponíveis foram preenchidos e mesmo assim, o tricolor paulista sucumbiu ao seu futebol e sua falta de capacidade de entender e discernir a velha e manjada catimba argentina.

É bem verdade que o time entrou em campo motivado, ligado no jogo, marcando em cima, mas bastou os argentinos fazerem o jogo psicológico para o São Paulo perder o foco e não conseguir atuar mais em alto nível.

Luis Fabiano não segura o emocional e é expulso em menos de 15 minutos de jogo (Foto: AFP/Daniel Garcia)

Em suma, foi um tempo para cada lado, o primeiro dominado pelo tricolor e o segundo pelos donos da casa, que mesmo sem pressionar a meta de Rogério, mantiveram a posse de bola e asseguraram o empate, resultado imprevisto, pela diferença técnica entre os dois time, ao menos com a bola nos pés, porque na parte emocional, os times brasileiros ainda precisam percorrer um árduo caminho.

Agora os comandados de Ney Franco precisam de uma vitória em casa para conquistar o título da competição.

O JOGO

Diante de um adversário sem muita tradição em competições continentais, o tricolor paulista entrou em campo à vontade, tomando a iniciativa, e procurando impor o ritmo do jogo para construir o resultado, apostando na velocidade dos atacantes Lucas e Osvaldo.

Aos poucos os argentinos equilibraram a partida e aos 13 minutos, com o São Paulo melhor no jogo, Lucas e o volante Ferreira se desentenderam, Luis Fabiano foi defender o companheiro e se envolveu em uma confusão com o zagueiro Donatti, após sofrer um empurrão, o atacante ameaçou dar um chute no rival, que caiu simulando uma agressão, e o árbitro paraguaio Antonio Arias expulsou os dois jogadores com o cartão vermelho direto.

Sem uma referência ofensiva o São Paulo continuou dominando a partida, com a movimentação do trio Lucas, Osvaldo e Jadson, mas não conseguia transformar o volume de jogo em chances de gol.

Bem postado no setor defensivo o Tigre apostava nas jogadas aéreas, mas praticamente não chegou ao ataque, e pouco criou no primeiro tempo de jogo.

Melhor na etapa inicial, o São Paulo sentiu a falta de um centro-avante e parou na forte marcação do rival, apostando muito nas jogadas individuais, o tricolor poderia ter arriscado mais nos chutes de fora da área.

ETAPA COMPEMENTAR

As duas equipes voltaram para o segundo tempo sem substituições.
O Tigre retornou melhor, com mais controle da partida, marcando o São Paulo no campo de ataque e apostando na bola aérea para chegar ao gol tricolor.

São Paulo parou na catimba e marcação dura dos argentinos (Foto:AFP/Daniel Garcia)

Após sofrer uma forte pressão nos 10 minutos iniciais, o técnico Ney Franco promoveu aos 15 minutos a entrada de Cícero na vaga de Jadson, colocando o meia para jogar como homem de referência, abrindo mão de um homem de criação.

Com uma postura bem diferente da apresentada no primeiro tempo os argentinos não davam espaços para o tricolor, que errava muitos passes no meio de campo, e seguiam pressionando nas jogadas de bola parada. Aos 32 minutos, o técnico Gorosito sacou Maggiolo para a entrada do também atacante Ftacla.

O jogo seguiu tenso, com muitas faltas, e com poucas oportunidades de gol, o São Paulo sequer finalizou à metal adversária no segundo tempo, e o Tigre tentou aplicar uma pressão nos cinco minutos finais, mas sem qualidade não conseguiu balançar as redes.

O São Paulo sai de Buenos Aires com um empate sem gols em um jogo muito disputado, mas de baixo nível técnico, onde o nervosismo e a irregularidade impediram o tricolor de conquistar a vitória diante de um adversário tecnicamente inferior.

O Tigre adotou a mesma estratégia das semifinais, quando eliminou o Millonarios, e não tomou gol dentro de casa, mas não terá no jogo de volta no Morumbi a vantagem de jogar por um empate com gols, já que na final da Copa Sul-Americana não há o critério de desempate pelo gol marcado fora de casa que classificou os argentinos na fase anterior.

São Paulo e Tigre voltam a entrar em campo na próxima quarta-feira, 12/12/2012, às 22h, no estádio do Morumbi para a disputa do jogo de volta da final da Copa Sul-Americana 2012. Quem vencer o duelo conquista o título e o direito de disputar a Recopa Sul-Americana em 2013 contra o Corinthians, campeão da Libertadores 2012, e se houver empate, com ou sem gols, teremos prorrogação e caso o resultado persista a decisão será nos pênaltis.

Ficha técnica

TIGRE 0 x 0 SÃO PAULO

TIGRE: Albil; Paparatto, Echeverría, Donatti e Orban; Ferreira, Galmarini, Díaz e Leone; Botta (Torassa) e Maggiolo (Diego Tacla)
Técnico: Néstor Gorosito

SÃO PAULO: Rogério, Tolói, Rodholfo, Paulo Miranda e Cortez, Denilson, Wellington, jadson (Cicero), Osvaldo, Lucas e Luis Fabiano Técnico: Ney Franco

Cartões amarelos
TIGRE: Botta e Paparatto

SÃO PAULO: Rafael Toloi, Rhodolfo e Denilson

Cartões vermelhos
TIGRE: Donatti
SÃO PAULO: Luis Fabiano

Árbitro
Antonio Arias (PAR)

Local
La Bombonera, em Buenos Aires (Argentina)