Atlético Mineiro mostra sua força mesmo fora do Estádio Independência.

Por Eduardo do Carmo
Rever levanta a taça de Campeão da Libertadores. ( Foto: AFP)

Rever levanta a taça de Campeão da Libertadores. ( Foto: AFP)

Caiu no Horto, tá morto! Essa foi a frase mais falada por atleticanos nos últimos tempos. E a torcida do Galo tem toda a razão. Ninguém consegue derrotar o time mineiro no novo Independência. Assim, o Atlético-MG derrubou todos os adversários que apareceram por lá na Taça Libertadores da América. O último capítulo, no entanto, foi em um palco diferente. Não tinha a mística da invencibilidade e nem o ”entrosamento” com o gramado, mas tinham 60 mil vozes e um belo estádio. Aliás, o mais tradicional de Belo Horizonte: o Gigante da Pampulha, mais conhecido como Mineirão.

Por lá, a frase mudou. Uma que o Galo carregou desde as quartas de final. ‘Eu acredito!’. Sim, acreditaram e apoiaram o time até o fim. Nenhuma adversidade interrompeu o sentimento de esperança. Valeu a pena. Tudo deu certo. Foi assim na defesa de Victor, nos acréscimos, contra o Tijuana. No gol de Guilherme e em outra defesa do arqueiro, ou São Victor, contra o Newell’s Old Boys. No gol do zagueiro Leonardo Silva e nova intervenção de Victor em penalidade máxima, dessa vez contra o Olimpia. Na final. Na confirmação do título que o Atlético-MG tanto queria.

Grito, choro, alegria, festa. Enfim, loucura. Não! Galoucura! Agora melhorou. Sim, eles podem. Yes, we CAM. We? sim. Nunca vi o bordão ”tal time é tal país em determinado campeonato” ser tão real. Claro, o lado azul de Minas foi Paraguai, mas também foi obrigado a ver uma conquista mais que merecida. Em sua maioria, o Brasil estava do lado do Galo. As barreiras quebradas e a luta desse time foi algo fora do normal.

Quem viu o Atlético passear na primeira fase, não imaginava o sofrimento que seria nas outras fases decisivas. Nada atrapalhou, todos envolvidos estavam focados. Teve parada para a Copa das Confederações no momento em que o time estava voando, alteração de mando de campo por conta da capacidade. Mas nada, nada tiraria o título de BH. Lá, o Galo é f…

Ele também é forte e vingador. Sem dó, nem piedade, eliminou o São Paulo, tricampeão da competição. A força demonstrada pelo primeiro colocado geral na fase de grupos garantiu duas vitórias nas oitavas. A última delas, no Horto, foi um baile. Uma das melhores partidas do ano. Goleada. 1, 2, 3, 4. Vingador? ele também é. Se o Newell’s faz 2 a 0 lá, o Galo repete o placar aqui e dá o golpe de misericórdia nos pênaltis. Olimpia resolve vencer no Paraguai, mas o Galão da Massa dá o troco e corre pro abraço.

E esse Galo canta alto. Por conta de um técnico, que sempre levou a fama de azarado e pé frio. Dessa vez não. Cuca livrou o Atlético de um rebaixamento, que já era tido como certo por muitos, em 2011. Os frutos foram colhidos. Sem medo e com muita fé, além da tradicional superstição, o treinador deu início à um esquadrão. Fez com que todos voltassem os olhares para o Galo. O objetivo do futebol é fazer gols, balançar a rede adversária. Então lá foi Cuca, que montou um time para frente, para o ataque. Apresentações com a maestria de Ronaldinho Gaúcho, velocidade de Bernard, inteligência de Tardelli e faro de gol de Jô.

Uma equipe segura, pois sabe que lá no gol tem o São Victor (aproveitando, a estátua do goleiro começa a ser construída quando? já tem local definido?). O especialista em penalidades máximas. Mexicanos, argentinos e paraguaios sofreram com a estrela do paulista de Santo Anastácio. Coincidência ou não, ele é o ”santo” mais famoso da cidade agora.

A festa começou na quarta-feira, mas a explosão só aconteceu na madrugada de quinta-feira. Ainda tinha muito sofrimento e emoção guardados para a decisão. Teve tempo normal, prorrogação e pênaltis. Essa festa vai ser longa. E tem outra parte. Marrocos aguarda a torcida atleticana no final do ano. Mesmo com o passar do tempo, a alegria seguirá, mas dividirá espaço com a ansiedade de um possível Atlético e Bayern de Munique pelo Mundial Interclubes.

Antes disso, ainda tem muita comemoração pela frente. O ano de 2013 jamais será esquecido por uma torcida que sempre acredita. A equipe comandada por Cuca, com Victor, Leonardo Silva, Bernard, Ronaldinho, Jô e cia, será lembrada com muito carinho por todos atleticanos e pelos amantes deste esporte maravilhoso.

BH não tem espaço para o azul, preto e branco prevalecem na temporada.

Parabéns, Atlético-MG, Galo forte e vingador! Campeão da Libertadores da América 2013.