Após gol mal anulado da Portuguesa, timão alcança meta desejada.

Por Paulo Edson Delazari

Guilherme, agora no Corinthians, reencontrou seu ex-time, a Portuguesa. (Foto: Gazeta Press)

O objetivo de pontos traçado por Tite para se dedicar totalmente à preparação para o Mundial foi alcançado. Ainda assim, o placar de 1 a 1 no Canindé podia ser pior para a equipe de Tite: a Lusa teve um gol anulado de forma errada, já que Bruno Mineiro estava na mesma linha de Fábio Santos e viu a arbitragem assinalar impedimento. Final 1×1.

Talvez o prejuízo maior tenha sido a baixa de Emerson Sheik. Capitão do time na noite, ele foi substituído ainda no primeiro tempo depois de levar a pior numa dividida e ficar com muitas dores no joelho direito. Contudo a partida foi muito movimentada e equilibrado, num todo o empate seria justo não fosse a interferência negativa da arbitragem.

Em campo, a Portuguesa abriu o placar logo aos 13 minutos, com Marcelo Cordeiro batendo falta pelo lado direito que atravessou toda a área e deixou Cássio vendido no lance. Três minutos depois, Douglas soltou o pé de fora da área e acertou o ângulo de Dida. Um golaço.

O resultado deixa o Corinthians com 43 pontos, exatamente a contagem colocada como meta por Tite. A Portuguesa, com 37, tem dez acima da zona de rebaixamento, e pode ver a distância diminuir caso os rivais da parte de baixo da tabela pontuem neste domingo, dia do complemento da rodada 30.

Na próxima rodada, ambos os times jogam às 22h de quarta-feira. A Portuguesa segue no Canindé, onde recebe o Flamengo; já o Corinthians viaja até Varginha para pegar o Cruzeiro.

O jogo

Em maioria no Canindé, os torcedores do Corinthians tentaram se sentir em casa no estádio da Portuguesa antes de a partida começar. Gritaram os nomes dos jogadores que foram campeões paulistas de 1977, há exatos 35 anos, e fizeram muita festa para apoiar a equipe liderada por Tite.

Bastou o jogo começar, no entanto, para a Portuguesa procurar se impor como mandante. Zé Antônio machucou o atacante Emerson em uma dividida forte, com menos de dois minutos. Aos 13, o primeiro gol. Marcelo Cordeiro cobrou uma falta (muito contestada pelos corintianos) da direita em direção à área, e a bola entrou. Tite e seus jogadores pediram impedimento de Ferdinando no lance, porém o árbitro Rodrigo Braghetto ignorou as reclamações.

O gol ao menos serviu para esquentar o Corinthians na fria noite paulistana. Empurrados por seus torcedores, os visitantes alcançaram o empate três minutos depois. Douglas recebeu a bola com liberdade diante de área da Portuguesa, clareou e acertou um chute colocado no ângulo. Restaram apenas lamentações para o goleiro Dida, ídolo dos corintianos.

Novamente em igualdade, o Corinthians passou a dominar a partida. Sem Emerson. O Sheik, que continuou mancando depois da falta sofrida no início do jogo, precisou ser substituído pelo jovem Giovanni. O herói da conquista da Copa Libertadores da América ainda tentou permanecer em campo, mas só resistiu até os 19 minutos após dar alguns passes e piques.

Romarinho, então, incumbiu-se de ser a principal referência ofensiva do Corinthians. Com dribles de um lado a outro do gramado, o jogador desestabilizou a defesa da Portuguesa. Iniciou uma jogada que deixou Fábio Santos (mais um em noite inspirada) diante de Dida, outra que culminou com um chute perigoso de Edenílson e uma última que quase acabou em gol contra de Marcelo Cordeiro.

Jogadores do Corinthians reclamam com o árbitro durante jogo contra a Portuguesa no Canindé (Foto: Leandro Moraes/UOL)

No intervalo, entretanto, o técnico Geninho conseguiu corrigir os problemas de marcação da Portuguesa, que voltou a atacar no segundo tempo. Aos 11 minutos, os donos da casa até colocaram a bola na rede. Bruno Mineiro aproveitou um rebote do goleiro Cássio e cabeceou para o gol – mas em posição de impedimento, de acordo com a arbitragem.

A evolução da Portuguesa em campo deixou o Corinthians mais acuado. O volante Guilherme tentou ser uma solução ofensiva da equipe, chegando mais ao ataque – justamente ele, que teve uma saída conturbada do clube lusitano e era bastante hostilizado pela torcida adversária.

Ainda assim, o jogo ficou mais morno do que no primeiro tempo. Geninho ainda tentou animar a Portuguesa com o ex-corintiano Heverton no lugar de Zé Antônio. Do outro lado, Tite colocou Chiquinho na vaga de Douglas. Nenhuma das alterações surtiu o efeito desejado.