Equipe Italiana fechou o miolo da zaga e encaixou os seus ataques com perfeição.

Por Paulo Edson Delazari

Messi acompanhado por Ambrosini esteve apagado nesta tarde. (Foto: Getty)

O Barcelona sofreu mais uma vez com a forte e tradicional marcação italiana. Artilheiro do Barcelona, Lionel Messi nada fez nesta quarta-feira diante do Milan no San Siro pelo jogo de ida das oitavas de final da Champions League. Aproveitando-se disto a equipe milanista aproveitou para sair de casa com uma excelente vantagem: 2 a 0, com gols de Boateng e Muntari. O Barça não perdia de dois gols de vantagem desde 2011, quando foi derrotado pelo Betis no campeonato espanhol.

No confronto entre as equipes o Milan levava desvantagem contra o Barcelona – eram 15 partidas no histórico, com seis vitórias dos catalães e apenas quatro dos italianos. Com menos posse bola, mas com mais objetividade, o Milan impôs uma derrota ‘inesperada’ ao Barcelona, que pode até se despedir precocemente desta Champions League.

Com Abate, Mexés e Zapata tomando conta do trio de articulação do Barça (Xavi, Iniesta e Messi), o ataque do Milan entrou em ação, principalmente com El Sharaawy puxando o contra-ataque com suas tradicionais arrancadas. Mas o gol não sairia dos pés dele. Foram Boateng, em um chute certeiro, e Muntari, ai sim com assistência de El Sharaawy, em outro cruzado, que garantiram a vitória ‘improvável’, porém indiscutível do Milan, que leva uma vantagem considerável para decidir a vaga no Camp Nou.

Com a vitória o time italiano pode perder até por um gol de diferença que se classificará as quartas de final da competição, caso o Milan consiga fazer um gol fora, obrigará o time espanhol a fazer quatro gols caso queira se classificar. A próxima partida será no Camp Nou dia 13 de março, às 16h45m. Fato curioso é que o Barcelona não marca um gol na Champions desde o jogo contra o Celtic e está num jejum a 231 minutos.

O jogo – Se o Barcelona é mais time na teoria e era considerado favorito absoluto no confronto, dentro de campo, o Milan buscava desde o início ‘contrariar’ todas as previsões e partia para cima do ‘poderoso’ adversário. E foram do time italiano os lances mais difíceis do jogo nos primeiros minutos. O primeiro que levantou o torcedor no San Siro saiu de Boateng, que finalizou para o gol após cobrança de escanteio aos 13 minutos e viu a bola passar perto da trave.

A pressão do Milan continuou e, aos 15, foi a vez de El Sharaawy aparecer arrancando livre pela esquerda, mas ele adiantou demais a bola e Puyol conseguiu chegar para tirar. Depois, em cobrança de escanteio, Zapata cabeceou, a bola passou rente ao gol, mas também não entrou.

Com todo esse volume de jogo do Milan, o Barcelona mais ‘assistia’ à equipe italiana do que tentava chegar ao gol. O time catalão até manteve sua tradicional porcentagem maior de posse de bola (com 60%), mas não tinha objetividade para ameaçar o goleiro Abbiati. Lionel Messi até tentava furar a defesa adversária, mas por diversas vezes parou na marcação de Mexés. Em uma jogada iniciada por Iniesta, por exemplo, aos 26 minutos, Xavi tocou a bola na pinta para o argentino, mas o zagueiro do Milan estava esperto e logo fez o corte.

O primeiro tempo terminou assim mesmo, um pouco morno e melhor para o Milan, que teve mais chances de gol e deu trabalho para a defesa do Barça.

Na etapa final, a história do jogo continuou a mesma. O Barcelona até começou melhor, com seus passes rápidos e boas jogadas armadas por Xavi e Iniesta. Todas elas, no entanto, acabavam parando na defesa bem postada do Milan, que não desistiu do jogo e logo voltou a ameaçar o gol do time catalão.

Boateng foi o autor do 1º gol da partida. ( Foto: Getty)

E, no primeiro lance perigoso armado pela equipe da casa, aos 13 minutos, saiu o gol dos italianos. El Sharaawy avançou com a bola e foi derrubado. Na cobrança de falta, a bola de Montolivo bateu na mão de Zapata e sobrou nos pés de Boateng, que chutou para as redes e marcou o 400° gol do time de Milão na história da Champions League – o goleiro Valdés chegou a reclamar bastante pedindo a anulação do gol, mas o juiz validou o tento e confirmou: 1 a 0 para o Milan.

Após ter tomado o gol, o Barça esboçou uma reação e chegou a ter algumas chances para empatar o jogo. Na primeira, aos 18 minutos, Daniel Alves cobrou falta, mas a bola passou longe do gol. Depois, aos 30, Iniesta arrisca belo chute cruzado, que passa perto, mas também não entra.

Enquanto isso, o Milan dava um banho de marcação e não deixava o principal trio de ação do Barça atuar. Assim, Xavi, Iniesta e Messi não conseguiam ter liberdade para criar e, quando criavam, acabavam parados pela defesa italiana. Restpu ao Barça apostar em bolas paradas e foi assim que Xavi quase fez em uma cobrança aos 34.

O ataque rossonero, por sua vez, continuava em ação, tentando chegar ao segundo gol, com Pazzini e El Sharaawy levando perigo a Valdés. E foi justamente dos pés do jovem italiano que veio um passe certeiro para Muntari chutar cruzado e aumentar a vantagem do Milan: 2 a 0 no San Siro.

Daí em diante o que se viu foi um Milan jogando no estilo Barcelona, com a posse de bola, no campo de ataque, compacto e tocando de um lado para outro.