O Santos controlou os nervos, ganhou no tempo normal, nos pênaltis e levou pra casa mais um título.

Por Vladimir da Costa

A segunda partida da grande final do paulista teve de tudo. Seja bons exemplos e aqueles que talvez, num futuro distante, aprenderemos. Emoção, atrasos, expulsões, gols e grito de campeão. A vontade de vencer, por vezes excede o respeito pelo adversário, prova disso foi a Expulsão de Dudu, que era o mais participativo do Palmeiras, diferentemente de Valdivia, que pouco participou da partida. A parte boa, veio do Santos, com dois gols, um do artilheiro Ricardo Oliveira que sobrou no primeiro tempo.

Jogadores do Santos vibram com o gol marcado por Ricardo Oliveira.  (Danilo Verpa/Folhapress)

Jogadores do Santos vibram com o gol marcado por Ricardo Oliveira. (Danilo Verpa/Folhapress)

Mas a vontade de vencer mudou de lado. No segundo tempo, o Santos chegou a frente somente em duas oportunidades. Recuou, viu o Palmeiras crescer, diminuir, ficar com 9 em campo e mostrar mais vontade, organização e levar a decisão para os pênaltis. Sem as duas estrelas, Valdivia e Robinho substituídos no segundo tempo ficou a cargo dos “coadjuvantes” serem estrelas principais.

E pelo segundo ano seguido, o Paulista seria disputado nos pênaltis.

Vladimir pegou o pênalti de Rafael Marques. Jackson jogou o segundo pênalti do Palmeiras na trave e o Santos foi preciso, e Lucas Lima garantiu mais um caneco para o Santos, que chegou ao seu 21º titulo do estadual de São Paulo.

A partida

Depois de não cumprir o horário e desrespeitar o hino nacional, perfilando junto ao Santos  somente no fim, a finalissíma começou a todo vapor, mesmo com 10 minutos  de atraso. Uma falta com cinco segundos e chapéu de Renato pra cima do Valdivia com um minuto e cartão amarelo para Dudu com dois minutos marcaram o inicio da partida pegada.

Após a inquietação inicial, a velocidade santista deu lugar a cautela. Contra um time organizado, os donos da casa não encontravam espaços para chegar com perigo ao gol de Fernando Prass, que organizava a defesa alviverde que se postava com firmeza diante de Ricardo Oliveira e Geuvânio.

Aos 15 minutos, a melhor chance. O Santos saiu em rápido contra-ataque com Geuvânio, que passa por dois marcadores, tabelou com Robinho que recebeu na grande área, mas foi travado por Victor Ramos, na hora certa.

Artilheiro do campeonato, Ricardo Oliveira comemora o segundo gol do Santos (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

Artilheiro do campeonato, Ricardo Oliveira comemora o segundo gol do Santos. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

O Palmeiras arriscava principalmente pela esquerda, com Vitor Hugo e Dudu, mas não conseguia finalizar a gol.

Do outro lado, sempre que aparecia uma oportunidade, chutava a gol. Aos 18 minutos, Robinho apareceu livre pela esquerda e arriscou, para boa defesa de Prass. Dois minutos depois foi a vez de Geovânio chutar cruzado, passado perto do gol palmeirense.

A partida era pegada, com as equipes atuando ao seu estilo, mas sem sucesso. O Santos tentava avançar na base da velocidade, com quase todas as bolas passando por Robinho. Do outro lado, o Palmeiras tentava valorizar a bola. Com Valdivia sumido em campo, Dudu era o mais atuante por parte do alviverde.

Dudu perde a linha e tenta agredir Ceretta, depois de ser expulso ainda no primeiro tempo (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Dudu perde a linha e tenta agredir Ceretta, depois de ser expulso ainda no primeiro tempo (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

E a disposição santista deu resultado. Aos 29 minutos, o primeiro gol do jogo. Lucas Lima cobrou falta pela esquerda, a zaga do Palmeiras afastou parcialmente o perigo e, na sobra, Valencia alçou a bola para a área. A defesa alviverde parou pedindo impedimento e Robinho, em posição legal, rolou para David Braz que, com o gol vazio, não teve trabalho para marcar o primeiro gol.

O gol não mudou o panorama da partida, que seguiu com o Santos jogando mais dentro do campo adversário, que o contrário. A primeira boa chance do Palmeiras veio aos 40 minutos, com falta cobrada com perigo por Dudu.

O que estava bom, melhorou. Na base da sorte e da vontade, o Santos chegou ao segundo gol. No chutão, Robinho dividiu nomeio campo, a bola foi disputada novamente por Ricardo Oliveira que levou a melhor e ficou com a bola e o caminho livre para avançar em velocidade, dominar na coxa e fazer o segundo gol da partida, deixando a equipe da Vila mais perto da taça.

No final, uma confusão do descontrolado Dudu deixou as equipes com um a menos. Na falta para o Palmeiras, o atacante palmeirense de desentendeu com Geovânio que foi visto de perto por Ceretta que não titubeou e expulsou os dois, pior para o santista, que apanhou no lance e saiu calmamente, diferentemente do palmeirense, que bateu, tentou agredir árbitro e saiu com muito custo.

O Palmeiras saiu para esfriar os ânimos e o Santos ficou para manter a postura da primeira etapa.

O lateral Lucas comemora o gol que levou a decisão para os pênaltis (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

O lateral Lucas comemora o gol que levou a decisão para os pênaltis (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

O segundo tempo veio com um Palmeiras mais atuante. Trocando passes no campo adversário e atrás no placar, forçou o alviverde a arriscar mais e com Cleiton Xavier no lugar do volante Robinho mostrou que o time ia pra cima da equipe santista, que atuava de forma mais cautelosa, esperando o adversário, para sair no contra-ataque e tentar matar de vez a partida e o campeonato, mas recuou demais e quase sofreu o gol. Escanteio cobrado por Cleiton Xavier pela direita, Rafael Marques cabeceou para o chão e Vladimir, bem posicionado, fez grande defesa.

O Palmeiras sentiu o bom momento e partiu para cima do Santos, que seguia na defensiva. Com essa postura, não demorou para o alviverde diminuiu. O peixe abdicou de atacar e deixou jogar quem não devia. Resultado, tomou. Valdivia deixou Lucas na cara do gol para tirar do Vladimir e marcar seu primeiro gol da competição.

O gol deixou o jogo aberto, quem fizesse mais um, seria o campeão.

O Santos só chegou perto do gol aos 26 minutos, em cobrança de falta, de Ricardo Oliveira, bem defendida por Fernando Prass, que jogou para escanteio.

Valdivia deu passe pra gol, jogou boa parte da partida na Vila. (oto: Mauro Horita/Agif )

Valdivia deu passe pra gol, jogou boa parte da partida na Vila. (oto: Mauro Horita/Agif )

Robinho sumiu no segundo tempo, junto com a equipe, que não conseguia chegar ao ataque, mas foi ajudado, por novo descontrole do adversário. Victor Ramos entrou com força desproporcional, levou o segundo amarelo, e deixou sua equipe nove com jogadores em campo, a 10 minutos do fim.

A desvantagem numérica diminuiu o ímpeto alviverde que passou a jogar de maneira recuada, na espera da disputa de pênaltis. Assim como o Santos, que parecia sem forças, fôlego para pressionar o Palmeiras no final da partida.

Aos 43 minutos, o Palmeiras marcou, mas Amaral estava em posição irregular. Um minuto depois, em posição legal, Ricardo Oliveira perdeu a chance de se consagrar. Fernando Prass com muita coragem fez linda defesa.

E a decisão foi para os pênaltis. Vencido pelo Santos, que converteu todos e venceu mais um campeonato paulista.

Cleiton Xavier começou a serie e fez o seu. O zagueiro David Braz fez a primeira cobrança santista e também fez o seu. Vladimir pegou o pênalti de Rafael Marques. E Gustavo Henrique deixou o Santos na frente do placar. Jackson jogou o segundo pênalti do Palmeiras na trave e Victor Ferras bateu no meio e deixou a torcida em êxtase. Leandro Pereira fez o seu, mas era tarde demais. Lucas Lima garantiu mais um caneco para o Santos, que chegou ao seu 21º titulo do estadual de São Paulo.

Vladimir comemora o pênalti defendido que deu o título ao Santos. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

Vladimir comemora o pênalti defendido que deu o título ao Santos. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)