Caixa Econômica Federal fecha contrato de R$31 milhões com o Corinthians.

Por Paulo Edson Delazari

Presidente posa com Danilo, Romarinho e Zizao na exibição da camisa do Corinthians com novo patrocinador (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

Nesta terça-feira pela manhã o Corinthians apresentou, no Museu do Futebol, em São Paulo, seu novo patrocinador principal. O clube estampará a marca da Caixa Econômica Federal em seu uniforme até o fim da temporada de 2013, com direito de renovação até fim de 2014 (os contratos já estão acertados para que isto aconteça). O valor total envolvido na transação chegou a R$ 31 milhões anuais. O clube receberá R$ 1 milhão esse ano e mais R$ 2,5 milhões por mês a partir de 2013.

O evento contou com a presença do presidente do Corinthians, Mário Gobbi Filho, do vice Luis Paulo Rosenberg e do diretor de marketing do clube, Ivan Marques. Representaram o banco o vice de finanças e mercado Marcio Percival e o diretor de publicidad Clauir Santos. Rosenberg, aliás, aproveitou para mandar um recado para os opositores, que alimentam rumores de que o clube recebeu ajuda de Andrés Sanches e do ex-presidente Lula para conseguir patrocinador.

– Essa parceria não tem pai e nem mãe! Quem conseguiu foi o Corinthians! Não tem varinha mágica! O Corinthians trouxe o parceiro pela força do Corinthians! Que isso fique claro aqui! – revidou.

A exibição do logotipo da empresa na camisa alvinegra começa a ser feita neste sábado, no clássico contra o Santos, às 19h30m, no Pacaembu, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. A empresa será também a única na camisa corintiana no Mundial de Clubes, já que a Fifa proíbe mais de uma propaganda – Fisk (barra) e Tim (número) não estarão.

A responsabilidade de apresentar a camisa principal do Timão com o novo patrocinador ficou para o atacante Zizao. Ele subiu ao palco no fim da cerimônia acompanhado por Romarinho, que vestia o uniforme reserva, preto, e Danilo, de camisa cinza.

A presença do chinês chamou atenção dos fotógrafos e até de uma jornalista chinesa, que indagou o presidente Mário Gobbi e o vice, Luiz Paulo Rosenberg, sobre iniciativas de marketing na China. Rosenberg afirmou que, além da contratação de Zizao, outros tipos de parcerias com o país foram estudados e iniciados, e deverão ser consolidados em 2013, embora tenha usado uma expressão pouco delicada para definir os atletas chineses.

– A Fiel se apaixonou pelo Zizao, a repercussão dos minutos que ele jogou, numa partida sem importância, foi enorme. E mérito para o Tite e para o Edu. Grosseiramente o dirigente falou sobre a dificuldade de encontrar o jogador asiático.

“Naquele país de pernas de pau, o que eles viram de vídeo para achar o Zizao não foi brincadeira. Nós fizemos viagens à China, alguns projetos de intercâmbio, mandamos dois treinadores de primeira linha para o esporte amador do país. E isso deve se intensificar no próximo ano – disse o vice.

Sete meses sem patrocínio máster

Iveco foi uma das patrocinadoras pontuais, enquanto não fechava contrato master. (Foto:Ricardo-Matsukawa)

O Timão estava sem um patrocinador máster desde que foi eliminado pela Ponte Preta nas quartas de final do Campeonato Paulista, em abril. Neste período, o clube fez ações pontuais com outras empresas, como a Iveco, nos últimos jogos da Libertadores. A Apito Promocional, parceira em rodadas do Brasileirão, deve cerca de R$ 900 mil ao clube por não pagar parcelas do acordo.

O período sem o patrocínio principal trouxe algum desconforto entre os dirigentes corintianos, principalmente com o atual vice e ex-diretor de marketing Luis Paulo Rosenberg, desafeto da cúpula que dirige o futebol, formada por Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves. Havia uma grande pressão sobre o setor para que um novo contratado fosse obtido antes do Mundial.

– Patrocínio não é fazer um lance na padaria. A camisa do Corinthians tem um valor, queridos! Eu não vou vender a camisa por um preço vil. Por isso, ficamos oito meses sem patrocínio. Arriscamos até o fim e vencemos. Não tem preço o valor de um anúncio na camisa do Corinthians. É um dos maiores cartazes de propaganda do Brasil e caminha para ser do mundo. As pessoas precisam vestir as sandálias da humildade e confiar no trabalho que está sendo feito. Como nós subimos muito, esse é o maior patrocínio do futebol brasileiro. Não se compra na esquina – justificou Rosenberg, em tom duro.

O contrato prevê ainda ações em áreas que envolverão a torcida do Corinthians. A Caixa será a responsável por centralizar as movimentações financeiras do clube e, no futuro, deve lançar um cartão de crédito voltado aos alvinegros. A intenção do clube é de que ele seja o único a ser utilizado nas vendas de ingressos pelo plano Fiel Torcedor.

– Vamos marcar uma reunião mais detalhada para a próxima semana. A venda de ingressos pode estar nessa pauta. Temos também interesse na internacionalização da marca. A ida do clube para o Mundial com certeza pesou nessa decisão – explicou José Henrique Marques da Cruz, vice-presidente de distribuição, atendimento e negócios da Caixa.

Alavancado pelo contrato de R$ 38 milhões com o antigo anunciante, o Corinthians especulou no mercado que só aceitaria ofertas acima de R$ 50 milhões por toda a camisa – R$ 35 milhões somente pelo espaço maior -, mas não conseguiu atingir a meta.