Falta de concentração e emoção levaram o Palmeiras a derrota na partida no Peru.

Por Vladimir da Costa

Num clima bem diferente que encontrará daqui pra frente, Palmeiras foi até o Peru enfrentar o Sporting Cristal pela última partida da primeira fase do grupo 2. Num estádio praticamente vazio e num jogo de poucas faltas e pouca chances de gols, o Palmeiras estava de olho em seu jogo com os ouvidos ligados no que acontecia longe dali, onde Tigre e Libertad faziam a outra partida da chave.

Para se manter em primeiro no grupo, bastava uma vitória simples, ou uma vitória do Tigre do grupo e consequentemente, disputar a partida de volta das oitavas em casa.

Irven Avila comemora gol do Sporting Cristal sobre o Palmeiras em jogo da Libertadores (Foto: AFP)

E como o Tigre, surpreendentemente, fez o inesperado, goleou o forte Libertad por 5 a 3 no Paraguai, o Palmeiras não teve maiores preocupações em seu jogo, deu espaços, tocava de lado, poupando seus jogadores sabendo que o resultado do outro jogo garantia o verdão em primeiro do grupo, que quase escapou.

O Tigre precisava vencer por três gols de vantagens, por causa do saldo de gols e estava conseguindo, mas nos acréscimos o Libertad fez o terceiro e devolveu a liderança para o Palmeiras que agora espera o desfecho da primeira fase, que acontece ainda hoje para saber quem pega quem nas oitavas de final.

A partida

Com estádio vazio, o Palmeiras poderia ter aproveitado o inicio do jogo a desmotivação ou a falta de atitude do adversário que já não almejava mais nada e partir pra cima do adversário, mas não aconteceu.

Acanhado no meio campo, o Palmeiras esperava o adversário para poder roubar a bola e partir em contra-ataque, que não aconteciam. O Sporting Cristal era mais efetivo e levava mais perigo, principalmente nas bolas paradas. Palmeiras tentava centralizar em Caio, que não conseguia desenvolver boas jogadas de ataque.

Caio foi um dos que não mostraram a força que o time vinha demonstrando nas últimas partidas (Foto: AFP)

Os donos da casa, mesmo sem muita força ofensiva era quem mandava no jogo e não podia ver uma brecha que arriscava à gol. Em uma delas, Ávila recebeu ótimo passe pela direita e, na grande área, chutou cruzado na saída de Prass. O goleiro palmeirense tirou com os pés.

A primeira finalização do Palmeiras veio aos 23 minutos, com Ayrton que pegou muito mal na bola, quase a isolando do estádio.

O primeiro tempo seguia fraco, com pouca movimentação dos ataques e muito toque de lado. Parecia que os torcedores, que não foram para o estádio, sabiam o que iam presenciar e ficaram e casa, muito em função de seu clube já estar eliminado da competição. Pouco mais de mil pessoas acompanhavam a partida das arquibancadas.

O segundo tempo começou dando animo para os presentes, principalmente para os donos da casa. Ávila carregou a bola com espaço, desde a intermediária, levou para dentro e soltou uma bomba de canhota. A bola entrou no ângulo direito de Fernando Prass, que nada pode fazer.

Com o gol e o resultado favorável a classificação do Palmeiras, já que o Tigre ia derrotando o Libertar em Assunção, por 3 a 1, o Palmeiras seguia tranquilo. Apesar de aguerrido, o time parecia se poupar para a próxima fase da competição.

Quando o Palmeiras resolvia apertar o ritmo e chegar com mais força na área adversária, esbarrava na falta de criatividade ou talento de alguns de seus atletas, que parecem crescer apenas em momentos muito adversos, o que não era o caso.

Vendo essa apatia do banco de reservas, Kleina resolveu por sangue novo na partida. Tirou dois jogadores mais defensivos, Marcelo Oliveira e Charles, e colocou o meia Tiago Real e o atacante Maikon Leite.

O Palmeiras praticamente só se defendeu durante a partida (Foto: AFP)

Aos poucos o verdão foi tomando controle da partida, mesmo sem ser agressivo. A melhor chance verde saiu dos pés de quem veio do banco. Tiago, avançou pela esquerda, invadiu a área e cruzou para Maikon bater chutar sobre o gol.

A partida seguia sem muita emoção, ao contrário do que rolava no outro jogo do grupo. O time argentino ia fazendo 4 a 2 no Libertad e só precisava de mais um gol para assumir a ponta do grupo, e ele veio.

Sabendo disso, no final do jogo o Palmeiras aumentou o ritmo e quase empatou a partida. Márcio Araújo colocou na área, o goleiro rebateu mal e Maikon Leite na sobra, jogou a bola novamente na área, Ayr, recebeu, dominou e com calma, mandou a bola para longe no último lance da partida.

O Palmeiras ia ficando em segundo, e como não tinha mais chances de classificação, o Libertad deu uma força pro verdão e marcou seu terceiro gol, recolocando o verdão, de novo, na primeira colocação do grupo 2.