Santos joga segundo tempo com um a menos, faz três e empurra São Paulo para o fundo do poço

Por Vladimir da Costa

Numa partida onde os dois times entraram precisando vencer, Santos e São Paulo justificaram as posições na tabela e venceu o time que está na frente. Não somente na questão matemática, mas também na parte de organização, desempenho e vontade.

Thiago Ribeiro,, comemora gol sobre o São Paulo em jogo pelo Brasileiro

Thiago Ribeiro, comemora o segundo gol do Santos sobre o São Paulo na VIla (Foto: Wagner Carmo / Estadão Conteúdo)

O time da Vila Belmiro não foi pressionado pelo tricolor em nenhum momento e aos poucos foi se soltando e com muita calma, a medida que o tempo ia passando, os gols foram saindo. Primeiro com Edu Dracena, depois de três cobranças de escanteio e três finalizações a favor do peixe, o zagueiro abriu o placar. Depois, já com um a menos, no segundo tempo, Thiago Ribeiro aumentou a vantagem na mesma proporção que diminuiu a gana de vencer do time visitante que seguiu sem pressionar. Já no final do jogo, Cicinho puxou contra-ataque e cruzou para Leo, sem goleiro e sem marcação fazer o terceiro gol e decretar a vitória santista.

O São Paulo já acendeu o sinal de alerta. Se o Vasco vencer o Internacional amanhã, no Rio, o tricolor volta para a zona de rebaixamento. Já são três derrotas seguidas no brasileiro, bem diferente do Santos, que depois do desastroso empate contra o Náutico e da derrota para o Atlético-MG no último domingo, o time da Vila mostrou que tem forças para brigar por uma das vagas para a Libertadores de 2014. O time está à apenas cinco pontos do Atlético-PR, quarto colocado.

O Jogo

A partida começou igual, com o gramado molhado devido o clima de Santos, as duas equipes escorregavam muito e tinham dificuldade para criar boas jogadas. Com desfalque na dupla de zaga, o São Paulo sofria mais com Edson Silva que tinha dificuldades com a bola. Apesar disso, a primeira grande chance foi do time visitante. Depois de boa jogada que começou com Ganso, a bola chegou em Douglas que cruzou para a grande área, Luis Fabiano pegou de primeira, mas Aranha estava ligado e fez ótima defesa.

Aos poucos o Santos foi se soltando, adiantou a marcação e passou a dificultar a saída de bola do time do Morumbi. Cicero comandava as ações do meio para a frente.

Aos 22 minutos, começou o jogo de um time só. Depois de duas cobranças de escanteios bem batidas, a zaga do São Paulo seguiu dormindo, mas Edu Dracena não. Estava lá para tentar mais uma vez e botar na rede. O zagueiro saiu fácil da marcação de Paulo Miranda para cabecear pro chão, sem chances para Rogério.

Cicero fez a vez de meia e levou vantagem sobre os marcadores (Foto: Lucas Baptista / Futura Press)

Cicero fez a vez de meia e levou vantagem sobre os marcadores (Foto: Lucas Baptista / Futura Press)

A partir daí, o primeiro tempo ficou sonolento, com muitas faltas bobas e pouco lance de perigo. Rogério e Aranha só apareciam para cobrar tiro de meta. O jogo voltou a ficar bom nos últimos dois minutos. O primeiro, que de bom não teve nada, foi uma entrada por trás, dura, de Alison em Douglas. Sem pestanejar, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro tirou imediatamente o vermelho do bolso e deu para o volante santista.

Com a vantagem, o São Paulo viu a chance de diminuir e teve. Numa boa trama pela esquerda, Rodrigo Caio passou pelo marcador e bateu firme, Aranha rebateu para o meio da área, e Douglas, sozinho, sem goleiro, sem nada, pegou de canela e isolou a bola no último lance do primeiro tempo.

Apatia x Vontade

O segundo tempo começou com o São Paulo com maior posse de bola, mas isso não significava melhor em campo. Sem alterações, o técnico Claudinei manteve o time marcando em cima, dificultando a troca de passes do tricolor. Jadson e Ganso pareciam não jogar no mesmo time. Com dois meias o time não criava bons lances de ataque e com isso Luis Fabiano seguia isolado na frente.

O São Paulo arriscava pela direita e o Santos também, com Cicinho, o ex-lateral da Ponte estava no 220V. Sempre que pegava a bola causava perigo, com muita velocidade ganhava quase todas as bolas.

Aos 14 minutos, o lateral pegou a bola, partiu em velocidade e cruzou para a área, a bola passou por todo mundo e chegou em Thiago Ribeiro, sozinho o atacante ajeito o corpo e bateu colocado, sem chances para Rogério. 2 a 0 Santos.

Thiago Ribeiro e Cicero se abraçam na goleada Santista contra o São Paulo (Foto: Ricardo Saibun / Agência estado)

Thiago Ribeiro e Cicero se abraçam na goleada Santista contra o São Paulo (Foto: Ricardo Saibun / Agência estado)

Sem reação em campo, Muricy resolveu mudar. De uma vez só, tirou Osvaldo, e Edson Silva para as entradas de Lucas Evangelista e Aloísio, respectivamente. Os novos homens em campo nada mudaram o panorama da equipe que parecia engessada. O time até chegava, era esporádico, tanto que o Santos não se sentiu acuado em nenhum momento.

Sem sofrer pressão, o Santos controlou bem o jogo e deu o golpe de misericórdia nos minutos finais. Novamente pela direita, Cicinho mais uma vez foi até ponta e cruzou, dessa vez certo, e a bola teve o mesmo destino, um jogador livre de marcação. Léo, que havia entrado no segundo tempo apareceu para desviar para o fundo do gol. Festa na Vila, com gritos de “olé” e vitória mais que convincente contra um irreconhecível São Paulo.

Agora, com 27 pontos, o São Paulo encara o Vitória, sábado, no Morumbi, às 21h. Já o Santos, volta a campo no domingo, às 18h30m, contra outra equipe Paulista, o time da vila que chegou aos 37 pontos terá pela frente: enfrenta a Portuguesa, no Canindé.

FICHA TÉCNICA


SANTOS 3 X 0 SÃO PAULO

Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Data: 2 de outubro de 2013, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Assistentes: Marcio Eustáquio (MG) e Marcelo Van Gasse (SP)

Cartões amarelos: Cícero, Thiago Ribeiro, Aranha (SAN)/Luis Fabiano (SÃO)
Cartões vermelhos: Alison (SAN)
Gols: Edu Dracena (22’/1º tempo), Thiago Ribeiro (14’/2º tempo) e Léo (45’/2º tempo)

SANTOS: Aranha; Cicinho, Edu Dracena, Gustavo Henrique e Mena; Alison, Arouca, Leandrinho (Everton Costa) e Cícero; Thiago Ribeiro (Léo) e Willian José (Renê Junior)
Técnico: Claudinei Oliveira

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Douglas, Paulo Miranda, Edson Silva (Aloísio) e Reinaldo; Wellington, Rodrigo Caio, Jadson (Maicon), Ganso e Osvaldo (Lucas Evangelista); Luis Fabiano
Técnico: Muricy Ramalho