Mais do mesmo. Palmeiras perde mais uma e Neymar dá outro Show
Por Vladimir da Costa
Na última rodada do Brasileiro para Santos e Palmeiras foi resumida ao que ambos os times fizeram ao longo da competição. Do lado verde, a visível fragilidade da equipe em todos os setores do campo, e do Peixe, a genialidade daquele que se tivesse jogado mais, fatalmente o time estaria em uma melhor colocação na tabela.
É bem verdade que a partida não valia muito, mesmo sendo um clássico, mas dentro de campo, ao menos no primeiro tempo o que se viu foi um jogo corrido, pegado e com jogadas de classe de quem se espera mais. O astro santista deu caneta, chapéu, passes com efeito, além de travar um duelo com Artur, que sempre levava a pior.
E os quase 12 mil torcedores se despediram da Vila em 2012 com uma bela vitória de virada em cima do Palmeiras com ótima atuação do camisa 11.
A partida
Como não tinha nada a perder, pois já estava perdido, o Palmeiras entrou solto em campo e logo aos três minutos de jogo marcou seu gol. Maikon Leite aproveitou lançamento preciso de Barcos e bateu firme, de fora da área, um belo gol para inaugurar o marcador. E o verdão continuou melhor. Minutos depois, o atacante palmeirense aproveitou a subida de Juan no lance seguinte, exigiu grande defesa de Rafael. 1 a 0 Palmeiras.
Aos 12, Neymar começou a aparecer na partida. O atacante recebeu lançamento de Patito Rodriguez, deu um corte rápido que fez o goleiro Raphael Alemão se atrapalhar todo com Maurício Ramos e só rolou para Victor Andrade, de carrinho empatar a partida.
Com muitas caras novas o Palmeiras aos poucos foi sucumbindo ao talento de Neymar que começava a gostar do jogo.
O paraguaio Adalberto Román pegou em cheio o tornozelo de Neymar e levou cartão amarelo. Minutos depois, o craque santista recebeu de costas para o zagueiro e caiu ao ser puxado: pênalti e em menos de cinco minutos, dois cartões – expulsão – e fim da linha para o paraguaio que não deve ficar para o próximo ano.
Na cobrança, Neymar foi alternando corrida e paradinha e bateu no meio do gol. Virada santista, em menos de 10 minutos.
Com um a menos, a vida do Palmeiras só piorou. A equipe foi recuando ainda mais e viu Neymar brilhar. Aos 39 minutos, Neymar, dentro da área, como um autêntico centroavante, recebeu belo passe, teve calma para fazer a finta de corpo e com um toque seco, selou a vitória Santista.
Segundo tempo
Gilson Kleina voltou do intervalo com uma mudança tática na equipe. Colocou o zagueiro Luiz Gustavo na lateral direita, mas sem efeito.
Muito abaixo da etapa inicial e jogando em ritmo de férias, as duas equipes abdicaram do gol. O jogo ficou disputado apenas no meio campo, com toques de lado, em efetividade. Apenas quando a bola caia nos pés de Neymar, o jogo tinha alguma graça.
E essas jogadas de efeito ia irritando os jogadores palmeirenses, que quase sempre paravam as jogadas com faltas. O que também irritava Neymar.
O craque santista então, resolvia por panos quentes e seguia com suas jogadas de efeito. Em um lance no meio campo, deu um belo chapéu em Correa. Em outro. Um toque de letra para Bruno. Artur e Maurício Ramos eram os mais esquentados.
Aos 25 minutos, com a expulsão de Alan Santos e a saída de Arouca, machucado, o jogo ficou claramente em ritmo de férias.
O Palmeiras não conseguiu esboçar uma reação. Praticamente sozinho no ataque, Barcos quase não tocou na bola.
E a partida seguia mais animada nas arquibancadas, com as torcidas e seus gritos de apoio. Por que dentro de campo, todos estavam esperando o apito final para que pudessem, enfim, sair de férias.
E a partida acabou de forma esperada. Vitória santista e tristeza palmeirense, que chegou a incríveis 22 derrotas em 38 partidas. Com apenas 34 pontos, o Verdão terminou o brasileiro na 18ª colocação. Agora, é pensar em 2013, nas contratações, reestruturação e na Taça libertadores, sonho de qualquer torcedor.
O Santos, por sua vez, termina o Nacional com 53 pontos. Está entre os 10 primeiros, mas bem longe de atingir seu objetivo que seria uma vaga para o Libertadores. Muito em razão das constantes convocações de Neymar para a Seleção. E como isso não irá mudar no ano que vem, é melhor fazer boas contratações para, na ausência do camisa 11, a equipe possa seguir forte.