Com mais uma atuação impecável, Macaca garante vaga inédita na decisão da Copa Sul-Americana.

Por Vladimir da Costa

Depois de 113 anos de história, a Ponte Preta fez dois jogos perfeitos contra o todo poderoso São Paulo e passou, sem muita dificuldade, para uma final inédita na história do clube.

Zagueiro Cesar da Ponte Preta, ajoelha e comemora gol da classificação da Macaca em Mogi Mirim contra o São Paulo (Foto: Rodrigo Capote/UOL)

Zagueiro Cesar da Ponte Preta, ajoelha e comemora gol da classificação da Macaca em Mogi Mirim contra o São Paulo (Foto: Rodrigo Capote/UOL)

Depois de ter vencido a partida de ida por 3 a 1 no Morumbi, a Macaca fez uma exibição perfeita em Mogi Mirim e com o empate, garantiu a vaga na final da Copa Sul-Americana.

O time de Campinas fez seu jogo, deixou o São Paulo ficar com a bola livre até o meio de campo esperando o adversário atacar, o time da capital mostrou muita dificuldade para ultrapassar a barreira montada por Jorginho e com isso garantiu um final de ano atípico para a equipe, que pode ser rebaixada neste final de semana no brasileiro, mas depois disso terá duas semanas e dois jogos para esquecer o ocorrido e lugar por um titulo internacional

A partida

Precisando vencer e vencer bem o São Paulo começou a partida em cima da Ponte. Antes dois 10 minutos de jogo o tricolor já tinha chegado perto do gol ao menos em três oportunidades.

A primeira veio com Rogério, cobrando falta a um passo da área. O chute foi na barreira, depois foi a vez de Ganso pegar a sobra do escanteio e bater sobre o gol. E na última, a zaga da Ponte afastou mal, Roberto ficou no meio do caminho, mas o São Paulo não soube aproveitar e o chute saiu torto.

Jogando por uma bola o São Paulo teve muito trabalho para parar  o ligeiro ataque campineiro (Foto: Rodrigo Capote/UOL)

Jogando por uma bola o ligeiro ataque campineiro levou vantagem sobre a marcação adversária. (Foto: Rodrigo Capote/UOL)

O jogo estava do jeito que a Macaca Imaginava. O São Paulo com mais posse de bola, mas sem conseguir assustar o gol. Os donos da casa por sua vez, quando chegava era mais perigosa. A primeira boa chance veio numa cabeçada que Rogério teve trabalho para tirar.

O primeiro tempo seguia com um São Paulo aguerrido, mas sem criatividade. Ganso e Douglas eram os mais procurados para criar jogadas, mas a bola saia do mesmo jeito que chegava, com um toque de lado, pouco objetivo.

O tempo ia passando e as coisas iam ficando cada vez melhores para a Macaca que ficava cada vez mais perto da final inédita. Para o São Paulo, faltava tudo, avanço dos laterais, jogadas individuais envolventes e qualidade ofensiva. Ademilson e Aloísio eram mais velozes e brigadores do que efetivos dentro da área. Passaram os primeiros 45 minutos correndo atrás de uma bola que nunca chegava.

Como o São Paulo não conseguia atacar, a Ponte foi cirúrgica na chance que teve. Como de costume, cruzamento para dentro da área, a zaga cortou mal e Leonardo deve duas oportunidades para colocar para dentro, na primeira Rodrigo Caio cortou, na segunda não teve jeito. Ponte 1 a 0.

Rogério com expressão de insatisfação com o futebol apresentado pelo tricolor (Foto: Rodrigo Capote/UOL)

Rogério com expressão de insatisfação com o futebol apresentado pelo tricolor (Foto: Rodrigo Capote/UOL)

Na segunda etapa, pouca coisa mudou. A Ponte Preta dava todo o meio campo para o São Paulo trabalhar a bola, mas quando o tricolor resolvia avançar, encontrava uma defesa bem armada e firme. Ganso seguia apagado, assim como os laterais, que tinham muita dificuldade para apoiar e quando faziam, erravam os cruzamentos.

Percebendo isto, Muricy resolveu fazer as duas mudanças que podia. Colocou dois atacantes, Luis Fabiano e Wellinton, que se juntaram a Aloisio para tentar uma virada história. Coisa difícil de acreditar pelo futebol apresentado na temporada e que se refletia dentro de campo. Um time apático, sem criatividade que não conseguia finalizar a gol. O boi bandido era o mais esforçado, mas sem nenhuma pontaria. As jogadas de receber de costa para virar e bater não estavam funcionando.

A torcida da Ponte percebia que a noite era dela e comemorava a classificação muito antes do jogo acabar. Nem mesmo o gol de Luis Fabiano aos 38 minutos do segundo tempo diminuiu a felicidade da torcida que via pela primeira vez seu time chegar a uma decisão de campeonato internacional.

Para o São Paulo resta agora terminar com alguma dignidade o campeonato brasileiro. Para a Macaca, praticamente rebaixada no nacional, resta focar as energias na conquista inédita. O adversário sairá amanhã do confronto entre Lanus-ARG e Libertad-PAR. A equipe argentina ganhou o primeiro jogo no Paraguai por 2 a 1.