Peixe deverá assinar contrato com o craque na tarde desta quarta-feira.

Por Paulo Edson Delazari

Na última passagem pelo Santos, Robinho foi campeão paulista e da Copa do Brasil (Foto: Divulgação / Santos FC)

Na última passagem pelo Santos, Robinho foi campeão paulista e da Copa do Brasil (Foto: Divulgação / Santos FC)

Ele pedalou, ganhou títulos, saiu, voltou, saiu e foi campeão várias vezes pelo Peixe. Agora o menino da Vila está de volta. Robinho assina na tarde desta quarta-feira o contrato de um ano por empréstimo com o Santos e ajudará o time de Oswaldo de Oliveira na reta final do campeonato brasileiro.

As negociações se arrastaram, deram voltas, mas tiveram um final feliz na última terça-feira. Com a liberação do Milan, da Itália, Robinho fica no Peixe até agosto de 2015. Contudo, ele pode sair em janeiro caso seja vendido na próxima janela de transferências.

A história do ídolo no Santos é marcada por idas e vindas. Em 2002, começou a cair nas graças da torcida com o título brasileiro, conquistado ao lado de Diego, Elano, Léo, Renato e companhia. A conquista em cima do Corinthians acabou com o jejum de 18 anos sem troféus de expressão. Robinho tornou-se símbolo da retomada alvinegra e o Peixe voltou a ser protagonista após anos de sofrimento. 

Robinho comemora gol de letra sobre o São Paulo no seu retorno. (Foto: Santos FC)

Robinho comemora gol de letra sobre o São Paulo no seu retorno. (Foto: Santos FC)

Além do título, a decisão contra o maior rival entrou para a história do Peixe por causa da grande atuação de Robinho. Antes de marcar o primeiro gol, em pênalti que ele mesmo sofreu, o camisa 7 avançou pela esquerda, pedalou oito vezes em frente ao lateral-direito Rogério e foi derrubado na área, para delírio dos santistas. Um lance que se tornou histórico e até hoje é lembrado.

Dois anos depois, sob comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, outra conquista de expressão. Robinho, agora mais experiente, ajudou o Alvinegro a levantar o troféu do Campeonato Brasileiro após uma arrancada histórica. Os santistas assumiram a ponta da competição na penúltima rodada e ergueram a taça em São José do Rio Preto, com a vitória por 2 a 1 sobre o Vasco. Robinho viveu um drama naquele ano, com o sequestro de sua mãe, e só voltou para jogar o jogo decisivo, depois que dona Marina foi libertada.

No ano seguinte, considerado uma das grandes revelações do futebol brasileiro na época, Robinho foi para o Real Madrid, da Espanha, onde voltou a encontrar Vanderlei Luxemburgo.

Em 2010, logo que a atual diretoria assumiu o comando do clube, os santistas vivenciaram o primeiro retorno do ídolo. Em uma negociação envolvendo planos de marketing, o Santos repatriou o jogador, que estava no Manchester City, da Inglaterra, por empréstimo de seis meses. Com Robinho comandando um time de garotos talentosos, como Neymar e Ganso, o Peixe esperava voltar a vencer depois de dois anos sem títulos. Robinho tinha a esperança de garantir vaga na seleção brasileira que disputaria a Copa do Mundo daquele ano, na África do Sul.

Logo na reestreia, o atacante marcou um gol de letra na vitória do Alvinegro por 2 a 1 sobre o São Paulo. Foi apenas o ponto de partida para as conquistas do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil, ao lado de Neymar, Paulo Henrique Ganso, Wesley e companhia, dando poucas chances aos adversários e jogando um futebol que encantou o Brasil. Robinho seria titular do Brasil no Mundial.

Em poucos meses, porém, o sonho acabou, e o ídolo santista voltou para o Manchester City. Depois, se transferiu para o Milan, onde oscilou entre o banco de reserva e o time titular. Nesse período, o Santos tentou diversas vezes repatriar o jogador, sem sucesso e com direito a troca de farpas entre o atacante e o ex-presidente Luis Alvaro Ribeiro. Agora, as duas partes já chegaram a um acordo e colocaram um ponto final na “novela”.