A grande estrela da partida jogou bem, mas viu as coisas complicarem depois da expulsão de Allison e do banco assistiu a derrota santista.

Por Vladimir da Costa

Em sua terceira passagem pelo Santos, aos 30 anos, o camisa 7 tinha tudo para dar alegria a sua torcida. O jogador que até então não sabia o que era perder para o Corinthians (em 8 jogos, eram 7 vitórias e um empate), viu do banco, sua equipe ser derrotada. Um primeiro tempo com muitas faltas, reclamações e boas chances criadas deu lugar à um segundo tempo, mais “campo”, bem jogado e com gol da equipe visitante.

Gil comemora o gol da vitória corinthiana na partida contra o Santos. (Foto: getty Images)

Gil comemora o gol da vitória corinthiana na partida contra o Santos. (Foto: getty Images)

Com Robinho em campo e com a volta de Guerrero e Jadson o primeiro tempo tinha tudo para ser um duelo ofensivo, tinha. Com poucas chances de gols, duas para cada lado o jogo foi bem disputado e muito truncado. Com muitas faltas, cartões e expulsão, de Allison a partida teve mais bola parada do que rolando. O Santos criou mais. Com Robinho por um lado, Thiago Ribeiro de outro e Leandro Damião no meio, criaram boas oportunidades, mas pecaram no momento da finalização. Thiago Ribeiro teve duas chances de marcar, mas nas duas bateu por sobre o gol. O Corinthians chegava mais em bolas paradas e por duas vezes assustaram o gol defendido por Aranha.

A frenesia inicial deu lugar a um segundo tempo mais “tranquilo”, com menos faltas, cartões e mais bola rolando, o jogo não teve tantas chances criadas quando no primeiro tempo. O Santos teve apenas uma com o Robinho. O Corinthians por sua vez, aproveitou o homem a mais em campo e ditou o ritmo do jogo. A entrada de Ferrugem no lugar de Guilherme Andrade mudou a postura corinthiana em campo. O time passou a chutar mais de fora da área, fazer jogadas pelas pontas e aos poucos foi encurralando o time adversário. Quase no final da partida, coube ao zagueiro Gil, marcar de cabeça e dar a vitória para o alvinegro paulista.

A partida

Com Robinho com o grande atração no clássico, o Santos começou mais “motivado” e demonstrava mais velocidade quando a bola estava com o adversário. Com dois minutos, Cássio demorou para bater na bola e quase fez besteira. Damião foi pra cima do goleiro e sentiu a bola bater em suas costas e quase entrar no gol.

Aos poucos, o meio campo do Corinthians foi ficando mais com a bola. Com isso, o Santos no “apetite” de atacar, ia com mais força na disputa da bola e a partida foi ficando faltosa.  Aos 16 minutos, em cobrança de falta de Fábio Santos, Cleber cabeceou para o chão e Aranha defendeu, mas deu rebote quase aproveitado por Guerrero.

Enquanto esteve em campo, Robinho foi o jogador mais perigoso. (Foto: Getty Images)

Enquanto esteve em campo, Robinho foi o jogador mais perigoso. (Foto: Getty Images)

O troco veio três minutos depois. Robinho chutou pelo meio, a bola sobrou para Damião que chegou antes do. Cássio e tocou para trás, a bola chegou em Thiago Ribeiro que tentou por cobertura, sem goleiro, errar o alvo.

O Santos tinha mais força ofensiva, ora atacava pela esquerda ora pela direita. Em jogada de bola toque de bola, Arouca passou pelo marcador e tocou para Thiago Ribeiro, sozinho, chutar novamente por cima do gol. Um minuto depois, fiz a vez de Robinho chegar com perigo. O estreante do dia partiu em velocidade, mas pegou mal na bola e mandou pra fora a chance.

O jogo seguia muito disputado, apesar dos muitos bate-bocas, que aconteciam em quase todas as faltas marcadas, o jogo com isso, perdeu a pegada inicial e passou a ser mais truncado, disputado no meio campo. Tanto Santos quanto Corinthians só conseguiam chegar perto da área em cobranças de faltas.

A expulsão de Allison foi fundamental para o resultado final. (foto: getty Images)

A expulsão de Allison foi fundamental para o resultado final. (foto: Getty Images)

Quando o primeiro tempo já caminhava para o fim, Allison recebeu o segundo amarelo e foi expulso. O volante corria atrás de Elias e acabou tocando, sem querer no pé do jogador corinthiano que tropeçou na sequência e foi, chorando, para o vestiário.

O segundo tempo, com um jogador a menos o Santos voltou com menos velocidade e tocando a bola em busca de espaços para surpreender o Corinthians que atuava da mesma forma, com Elias ditando o ritmo da equipe. Jadson, que devia fazer a função de meia armador, pouco aparecia para a equipe.

Aos sete minutos, mesmo com um a menos, quase o Santos marcou. Robinho partiu em velocidade e jogou na ponta para Damião, que cruzou para ninguém, Guilherme Andrade errou duas vezes e acabou perdendo para Robinho, que dominou e na pequena área chutou para fora. Damião, sozinho, pedia a bola.

No mesmo momento, Mano Menezes sacou Guilherme Andrade e colocou Ferrugem, ex-Ponte Preta em seu lugar. Oswaldo de Oliveira também colocou sangue novo. Colocou Alan Santos no lugar do camisa 9 santista. O técnico corinthiano parecia não gostar da forma amarrada de atuar de sua equipe e colocou Renato Augusto no lugar de Petrus, para dar melhor qualidade ao passe e dar movimentação aos jogadores de frente que pouco participavam do jogo.

Aos 18 minutos, o Santos quase abriu o placar. Thiago Ribeiro passou pelo marcador e passou para Robinho. O ídolo santista rolou para Lucas Lima, de frente, bater para o gol. A bola desviou na defesa e foi para escanteio.

A partida seguia morna, com as esquipes oscilando no comando do jogo. O Santos, mesmo com um a menos era mais perigoso quando chegava à frente. Tanto é, que Mano Menezes sacou Jadson que não estava num bom dia e colocou Romarinho para dar mais opções de ataque.

Nenhum nem outro. A melhor jogada do Corinthians foi criada por Ferrugem. O volante entortou Alan Santos e rolou a bola limpa para Elias bater firme. Aranha fez linda defesa.

Aos 33 minutos, Robinho que fez boa partida fez partida, mas estava sem ritmo de jogo deu lugar para Geuvânio que não teve tempo para mostrar muita coisa na partida e mais ajudou na marcação do que criou na frente.

Festa corinthiana em plena Vila Belmiro. (Foto: Joel Silva/ Folhapress)

Festa corinthiana em plena Vila Belmiro. (Foto: Joel Silva/ Folhapress)

Aos 37 minutos, Ferrugem recebeu a bola e de longe arriscou, o tiro saiu forte e Aranha se esforçou para tirar a bola para escanteio. Na cobrança, o Corinthians abriu o placar. Ralf cobrou escanteio na primeira trave, Gil subiu mais que todo mundo e saiu para o abraço.

Os últimos minutos foram de esforço santista e boa marcação corinthiana. A melhor defesa da competição não teve muito trabalho para controlar o cansado time santista e sair com os três pontos da Vila Belmiro e chegar ao terceiro lugar do brasileiro.