Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. São Paulo criou muito e venceu em casa com gol de Centurión.
Por Vladimir da Costa
De casa cheia, com novo fardamento, o São Paulo mostrou sua força em casa e não deu espaço, nem chances para o Cruzeiro mostrar futebol. O placar não justificou o que foi a partida. Um time intenso, pressionando, mas que pecava na hora da finalização. Jogando dentro do campo adversário, o tricolor fez um primeiro tempo exemplar, mas faltou o que os mais de 66 mil presentes queriam, gritar gol.
Com Centurión atuando com titular, o lado direito foi o lado escolhido para atacar. Por lá, saíram as principais chances de gol. Em duas cabeçadas, uma do argentino e a outra de Pato, Fábio fez duas ótimas defesas, salvando a equipe mineira, que praticamente não atacou. Lenta na saída de bola, não conseguia criar e viu o adversário dominar amplamente o primeiro tempo, apesar do empate sem gols.
As chances e a pressão foi igualmente intensa na segunda etapa, assim como as chances criadas. Pelo alto, pelo chão, o São Paulo mostrou que queria vencer desde o apito inicial e foi premiado. Não foi fácil, como são os jogos de libertadores, mas o espírito vencedor prevaleceu e a equipe que buscou o gol, venceu.
Com gol de Centurión, de cabeça no segundo tempo, o São Paulo joga por um empate na volta, em Minas, na próxima semana, no Mineirão.
A partida
Jogando com casa cheia, o São Paulo partiu para cima do Cruzeiro no inicio de jogo. Sem Michel Bastos, mas com o habilidoso Centurión em campo, o tricolor pressionava a saída de bola, dificultando a saída de bola da raposa. Com cinco minutos,Bruno recebeu na direita e fez bom cruzamento. Centurión subiu mais alto que a defesa e cabeceou na direção do chão. Fábio se esticou todo para salvar o primeiro gol dos donos da casa.
Com velocidade, o São Paulo chegava com frequência perto do gol, mas não acertava na hora da finalização. Em outra jogada pela direita, Bruno cruzou e a bola sobrou para Wesley finalizar, para fora.
O Cruzeiro não conseguia ficar com a bola. Pressionado em seu campo de defesa, os homens de ligação e velocidade, não conseguiam armar jogadas para contragolpear a equipe do Morumbi.
Com o passar do tempo o Cruzeiro, mesmo sem ficar muito com a bola, diminuiu a pressão sofrida. Adiantou a marcação, dobrou a marcação em Ganso e no lado direito da defesa, o que dificultava as ações da equipe paulista, que teve suas melhores chances por aquele lado.
A primeira chance do Cruzeiro veio somente aos 29 minutos e quase entrou. Marquinhos bateu a falta no meio da área e a zaga tirou parcial. A bola caiu no pé de De Arrascaeta, que bateu firme. A bola passou por cima do gol de Rogério.
No minuto seguinte, Pato ficou livre dentro da grande área, tentou fazer mais uma finta e acabou desperdiçando boa chance.
O São Paulo seguia pressionando os mineiros, e Fábio seguia fazendo milagre. Pela segunda vez no primeiro tempo, salvou. Wesley cruzou e Pato subiu. O atacante cabeceou no contrapé do goleiro, mas Fábio se recuperou e salvou outra vez.
O segundo tempo começou como no primeiro, ataque contra defesa. Aos dois minutos, Reinaldo soltou o pé da intermediária e Fábio espalmou do jeito que deu. Apesar de ficar com a bola, a equipe são-paulina tinha dificuldades de chegar dentro da área. Conseguia apenas nos cruzamentos, que nem sempre saiam certos.
Aos 11 minutos, a grande chance, mais uma desperdiçada pelo São Paulo. Reinaldo bateu escanteio da esquerda. Toloi, da marca do pênalti, desviou e a bola ficou para Pato, em baixo da trave. O atacante, porém, finalizou muito mal e perdeu chance incrível.
Como o passar do tempo o São Paulo foi cansando e o Cruzeiro passou a frequentar mais o ataque. Aos 19 minutos, por pouco não abriu o placar. De Arrascaeta completou de cabeça cruzamento da direita e a bola passou muito perto do gol de Rogério. A resposta veio no minuto seguinte, em novo cruzamento da direita, Centurión cabeceou certeiro para nova interversão de Fábio, que ia se consagrando. O tricolor não desistia. Pato arriscou de fora da área e o goleiro cruzeirense pulou para fazer nova defesa.
O argentino ia se igualando ao Pato, no quesito chances perdidas. Em duas tentativas, agora com os pés, não foi feliz. Uma, o atacante furou. A outra, bateu fraca, para fácil defesa de Fábio.
E de tanto arriscar, o gol acabou saindo para explosão no Morumbi. Aos 37 minutos, depois de 17 finalizações e alguns gols perdidos, a bola entrou. Bruno fez grande jogada pelo meio da zaga do Cruzeiro e cruzou com perfeição para Centurión, que cabeceou no chão. Fábio, desta vez, não conseguiu, e a bola foi parar no fundo da rede mineira.
A partir daí, o ritmo caiu, apesar do amplo domínio tricolor e as equipes passaram a administrar a posse de bola, melhor para o São Paulo, que estava na frente.
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