Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. São Paulo criou muito e venceu em casa com gol de Centurión.

Por Vladimir da Costa

De casa cheia, com novo fardamento, o São Paulo mostrou sua força em casa e não deu espaço, nem chances para o Cruzeiro mostrar futebol. O placar não justificou o que foi a partida. Um time intenso, pressionando, mas que pecava na hora da finalização. Jogando dentro do campo adversário, o tricolor fez um primeiro tempo exemplar, mas faltou o que os mais de 66 mil presentes queriam, gritar gol.

Centurion foi um dos destaques do São Paulo diante do Cruzeiro Foto Paulo WhitakerReuters

Centurion foi um dos destaques do São Paulo diante do Cruzeiro (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

Com Centurión atuando com titular, o lado direito foi o lado escolhido para atacar. Por lá, saíram as principais chances de gol. Em duas cabeçadas, uma do argentino e a outra de Pato, Fábio fez duas ótimas defesas, salvando a equipe mineira, que praticamente não atacou. Lenta na saída de bola, não conseguia criar e viu o adversário dominar amplamente o primeiro tempo, apesar do empate sem gols.

As chances e a pressão foi igualmente intensa na segunda etapa, assim como as chances criadas. Pelo alto, pelo chão, o São Paulo mostrou que queria vencer desde o apito inicial e foi premiado. Não foi fácil, como são os jogos de libertadores, mas o espírito vencedor prevaleceu e a equipe que buscou o gol, venceu.

Com gol de Centurión, de cabeça no segundo tempo, o São Paulo joga por um empate na volta, em Minas, na próxima semana, no Mineirão.

A partida

Jogando com casa cheia, o São Paulo partiu para cima do Cruzeiro no inicio de jogo. Sem Michel Bastos, mas com o habilidoso Centurión em campo, o tricolor pressionava a saída de bola, dificultando a saída de bola da raposa. Com cinco minutos,Bruno recebeu na direita e fez bom cruzamento. Centurión subiu mais alto que a defesa e cabeceou na direção do chão. Fábio se esticou todo para salvar o primeiro gol dos donos da casa.

Com velocidade, o São Paulo chegava com frequência perto do gol, mas não acertava na hora da finalização. Em outra jogada pela direita, Bruno cruzou e a bola sobrou para Wesley finalizar, para fora.

O Cruzeiro não conseguia ficar com a bola. Pressionado em seu campo de defesa, os homens de ligação e velocidade, não conseguiam armar jogadas para contragolpear a equipe do Morumbi.

Com o passar do tempo o Cruzeiro, mesmo sem ficar muito com a bola, diminuiu a pressão sofrida. Adiantou a marcação, dobrou a marcação em Ganso e no lado direito da defesa, o que dificultava as ações da equipe paulista, que teve suas melhores chances por aquele lado.

Ganso foi um dos destaques do São Paulo diante do Cruzeiro. (Foto: Nelson Almeida/AFP PHOTO)

Ganso foi um dos destaques do São Paulo diante do Cruzeiro. (Foto: Nelson Almeida/AFP PHOTO)

A primeira chance do Cruzeiro veio somente aos 29 minutos e quase entrou. Marquinhos bateu a falta no meio da área e a zaga tirou parcial. A bola caiu no pé de De Arrascaeta, que bateu firme. A bola passou por cima do gol de Rogério.

No minuto seguinte, Pato ficou livre dentro da grande área, tentou fazer mais uma finta e acabou desperdiçando boa chance.

O São Paulo seguia pressionando os mineiros, e Fábio seguia fazendo milagre. Pela segunda vez no primeiro tempo, salvou. Wesley cruzou e Pato subiu. O atacante cabeceou no contrapé do goleiro, mas Fábio se recuperou e salvou outra vez.

O segundo tempo começou como no primeiro, ataque contra defesa. Aos dois minutos, Reinaldo soltou o pé da intermediária e Fábio espalmou do jeito que deu. Apesar de ficar com a bola, a equipe são-paulina tinha dificuldades de chegar dentro da área. Conseguia apenas nos cruzamentos, que nem sempre saiam certos.

Recorde de público no Morumbi. Mais de 66 mil viram a vitória do tricolor. (Foto: Jorge Araujo Folhapress)

Recorde de público no Morumbi. Mais de 66 mil viram a vitória do tricolor. (Foto: Jorge Araujo Folhapress)

Aos 11 minutos, a grande chance, mais uma desperdiçada pelo São Paulo. Reinaldo bateu escanteio da esquerda. Toloi, da marca do pênalti, desviou e a bola ficou para Pato, em baixo da trave. O atacante, porém, finalizou muito mal e perdeu chance incrível.

Como o passar do tempo o São Paulo foi cansando e o Cruzeiro passou a frequentar mais o ataque. Aos 19 minutos, por pouco não abriu o placar. De Arrascaeta completou de cabeça cruzamento da direita e a bola passou muito perto do gol de Rogério. A resposta veio no minuto seguinte, em novo cruzamento da direita, Centurión cabeceou certeiro para nova interversão de Fábio, que ia se consagrando. O tricolor não desistia. Pato arriscou de fora da área e o goleiro cruzeirense pulou para fazer nova defesa.

O argentino ia se igualando ao Pato, no quesito chances perdidas. Em duas tentativas, agora com os pés, não foi feliz. Uma, o atacante furou. A outra, bateu fraca, para fácil defesa de Fábio.

E de tanto arriscar, o gol acabou saindo para explosão no Morumbi. Aos 37 minutos, depois de 17 finalizações e alguns gols perdidos, a bola entrou. Bruno fez grande jogada pelo meio da zaga do Cruzeiro e cruzou com perfeição para Centurión, que cabeceou no chão. Fábio, desta vez, não conseguiu, e a bola foi parar no fundo da rede mineira.

Argentino Centurión cabeceia para fazer o gol da vitória do tricolor. (Foto: Nelson Almeida/AFP PHOTO )

Argentino Centurión cabeceia para fazer o gol da vitória do tricolor. (Foto: Nelson Almeida/AFP PHOTO )

A partir daí, o ritmo caiu, apesar do amplo domínio tricolor e as equipes passaram a administrar a posse de bola, melhor para o São Paulo, que estava na frente.

.