Ruiz aproveita bobeira da defesa tricolor para fazer o gol e dar vantagem na semifinal da Sul-Americana.

Por Vladimir da Costa

Apesar dos erros da arbitragem, o São Paulo não foi o mesmo e não pode culpar o juiz paraguaio pela derrota desta quarta-feira. Sem criatividade, o tricolor finalizou apenas duas vezes durante toda a partida e pouco fez para merecer melhor sorte.

Num primeiro tempo disputado os goleiros pouco apareceram, mas quando foram exigidos, desfechos diferentes. Em contra-ataque do São Paulo, Alan Kardec passou pelo goleiro, mas foi tocado pelo goleiro. O árbitro nada deu e o lance acabou tirando o atacante tricolor da partida. Do outro lado, Rogério Ceni titubeou e não conseguiu chegar no jogador adversário nem na bola, que foi mandada para o gol. O gol abalou o São Paulo que não conseguia chegar ao gol adversário e dava espaços para o Nacional seguir encurralando o São Paulo no campo de defesa.

O São Paulo jogou muito abaixo do esperado e agora precisa reverter em casa. (Foto: Raul Boleda / AFP)

O São Paulo jogou muito abaixo do esperado e agora precisa reverter em casa. (Foto: Raul Boleda / AFP)

No segundo tempo, o São Paulo ficou com mais posse de bola, mas não sabia o que fazer com ela. Melhor para o time de Medellin, que era mais firme em campo, mais aguerrido e mesmo sem ter mantido o ritmo forte da primeira etapa, quando ia ao ataque, era mais perigoso.

Na próxima quarta-feira, no Morumbi, o São Paulo precisa vencer por uma diferença de dois gols para avançar a final. O Nacional vai a São Paulo em busca de um empate.

A partida

Na primeira partida da semifinal da Sul-Americana, o  São Paulo mostrou maturidade na partida. Nos primeiros minutos, como era esperado, os donos da casa empurrado por sua torcida, tentou muito mais na base da empolgação, do que da qualidade acuar o São Paulo, que com frieza, conseguia neutralizar a pressão do Nacional.

Tanto é que aos seis minutos, o tricolor paulista criou a primeira boa chance da partida. Kaká ficou com a sobra da bola na entrada da área após desvio de Ganso e bateu forte. Armani faz boa defesa e manda para escanteio. O troco veio aos 10 minutos. Após a cobrança de escanteio, Murillo subiu de cabeça e desviou no canto esquerdo. Ceni caiu bonito no canto para ficar com a bola.

Com o quarteto ofensivo atuando, as jogadas de ataque são-paulina aconteciam principalmente pela esquerda, com Michel Bastos subindo mais que Hudson para ajudar o time quando tinha a bola no ataque.

Alan Kardec e tocado pelo goleiro fora da área e árbitro marca só tiro de meta. (P Photo/Fernando Vergara)

Alan Kardec e tocado pelo goleiro fora da área e árbitro marca só tiro de meta. (Foto: Fernando Vergara/ AP Photo)

Aos poucos a partida foi ficando equilibrada, com mais toque de bola. O São Paulo tinha dificuldades de ficar com a bola, por isso, quando ficava sem ela, adiantava a marcação para diminuir o ímpeto do adversário.

Aos 28 minutos, o árbitro paraguaio prejudicou o São Paulo. Em contra-ataque, Alan Kardec recebeu lançamento de frente para o goleiro, tocou na frente, mas foi claramente derrubado por Armani fora da área. O árbitro só deu tiro de meta.

Aos 35 minutos, saiu o gol do Nacional. Kaká reclamou de um lateral, ganhou amarelo e na sequência, a bola foi chutava pra frente, ganhou desvio no meio do caminho e na indecisão de Rogério e Edson Silva para saber quem ia pra bola, Ruiz foi mais esperto que ambos e tocou por cima do goleiro são-paulino para abrir o placar.

O gol acendeu os donos da casa que partiram pra cima do São Paulo em busca do segundo gol. Aos 38 minutos, Berrío passou por Michel Bastos e tentou cruzar, mas Ceni interceptou a bola que ficaria livre para o Nacional fazer o segundo.  No rebote, Ruiz chutou de longe, e o goleiro mandou para escanteio.

Na segunda etapa o São Paulo adiantou a marcação e passou a jogar mais no campo adversário, mas com pouca ultrapassagem ou jogadas de linha de fundo. Por outro lado, a equipe de Medellin não tinha dificuldades de recuperar a bola e partir na bola ao ataque. Com toque de bola envolvente os donos da casa chegaram com certa facilidade perto do gol de Rogério.

Jogadores do Nacional comemoram o gol da vitória do Nacional marcado por Ruiz. (Foto: Raul Boleda / AFP)

Jogadores do Nacional comemoram o gol da vitória do Nacional marcado por Ruiz. (Foto: Raul Boleda / AFP)

A medida que o tempo ia passando, o São Paulo ia cansando e com isso, o adversário ficava confortável na defesa e seguro do meio para a frente para quando não tinha a bola, se organizava para jogar no contra-ataque. Depois que Denilson errou duas saídas de bola, Cardona pegou a bola de frente e arriscou o chute rasteiro. A bola explodiu na trave. Vendo o time acuado, o Muricy sacou Kaká e botou Osvaldo para dar mais velocidade à equipe.

Com Osvaldo pela esquerda e Michel Bastos pela direita, o São Paulo passou a atacar mais, mas não conseguia finalizar a gol.

O jogo caminhava para o fim e o São Paulo não conseguia criar. Pato entrou no lugar de Luis Fabiano, mas com pouco tempo para produzir na partida. Osvaldo era o mais “atrevido”, mas pouco para levar a equipe ao empate. O Nacional de Medellin praticamente desistiu de atacar, mas quando chegava era perigoso. Em falta cobrada na entrada da área, Cardona bateu firme por cima da barreira e Rogério Ceni pulou para fazer ótima defesa no canto direito.

O São Paulo tentou até o fim, mas faltou a criatividade para todos os homens de frente em Medellin.