Tricolor apresenta os defeitos se sempre e acumula nove partidas seguidas sem vitória

Por Vladimir da Costa

De volta ao São Paulo há exatos oito anos depois da conquista da Libertadores, Paulo Autuori fez sua reestreia no tricolor e pelo que se viu diante do vitória, terá muito trabalho pela frente.

Apático, sem criatividade no meio campo e sem força ofensiva o São Paulo teve muito trabalho para segurar os contra-ataque do Vitória, que dominou quase todo o jogo e sempre que atacava pela direita, nas costas de Juan, levava vantagem e dali saíram os gols da equipe Baiana que teve dois jogadores inspirados na partida. O argentino, Maxi Biancucchi, autor de dois gols, e Renato Cajá, que apesar de perder um pênalti, participou ativamente da partida fizeram a diferença para sua equipe.

Além da melhora tática e técnica, o novo treinador da equipe terá que conter os nervos dos atletas. Dos 15 cartões vermelhos dados até aqui no brasileiro, o tricolor levou 1/3, o que ajudou nas oito partidas seguidas sem vitória do time. E mais uma vez, o tricolor teve um jogador expulso. Wellington, aos 22 do segundo tempo, minando as chances de empate São Paulo, que não fazia uma boa partida e mais uma vez, acabou perdendo, a quinta seguida, hoje para o Vitória, por 3 a 1.

O jogo

O argentino Maxi Biancucchi sai para o abraço depois de marcar dois contra o São Paulo no Barradão ROMILDO DE JESUS FUTURA

Maxi Biancucchi sai para o abraço depois de marcar dois contra o São Paulo no Barradão (Foto: Romildo de Jesus / Futura Press)

A partida começou com os donos da casa melhor. Jogando pelas pontas, aproveitando o mal momento da defesa tricolor, o Vitória em cima, mas sem finalizar a gol. O São Paulo por sua vez tentava atacar pelo meio e em velocidade, quando a bola era recuperada na zaga.

E num desses contra-ataques, Rodrigo Caio partiu em velocidade pelo meio, abriu para Osvaldo pela esquerda que passou bem pelo zagueiro e bateu cruzado no meio da área, o goleiro desviou para o meio da área e caiu nos pés de Aloisio que, sem goleiro, batei firme para abrir o placar para o tricolor. 1 a 0 para a equipe paulista.

Com o gol o São Paulo melhorou no jogo e passou a dominar a partida. Minutos depois de fazer o primeiro, o tricolor quase fez o segundo. Pelo mesmo lado esquerdo, Osvaldo passou limpo pelo marcador e bateu firme e a bola passou rente ao gol.

Rogério é abraçado por seus companheiros depois de marcar gol de falta.  Foto Edson Ruiz

Rogério é abraçado por seus companheiros depois de marcar gol de falta. (Foto: Edson Ruiz)

Aos 20 minutos, o São Paulo chegou com força no ataque, mas Maicon acabou errando o passe na meia lua, o Vitória roubou a bola e partiu em velocidade, Renato Caja lançou para Dinei que partiu em velocidade, do meio de campo, sozinho, passou com facilidade por Edson Silva e bateu sem chances para Rogério Ceni para deixar tudo igual.

Depois do empate, o Vitória voltou a ditar o ritmo na partida. Com erros “bobos” o São Paulo não conseguia trocar passes no ataque e frequentemente dava contra-ataque para a equipe baiana que não demorou para virar a partida.

Em jogada pela esquerda, Renato Cajá tentou enfiar em profundidade e Lucas Faria cortou, Rodrigo Caio se atrapalhou com a bola e perdeu para Max Biancucchi, que dominou e bateu, a bola ainda desviou no próprio volante antes de entrar para o gol.

O jogo seguia movimentado e aos 35 minutos novo gol na partida. Do São Paulo. Aloisio foi derrubado na entrada da área e lá foi ele. Rogério Ceni pra bola. Depois de muita discussão o camisa 1 tricolor bateu com categoria, rente a trave esquerda de Wilson que nada pode fazer para evitar o empate tricolor.

Aos 42 minutos, Lucio subiu para disputar com Dinei e levou a pior. O zagueiro saiu de campo sangrando no rosto, num lance que não ficou muito claro da onde veio a pancada que atingiu o zagueiro.

O segundo tempo começou com o Vitória melhor, e aos cinco quase fez o terceiro. Maxi Biancucchi subiu nas costas de Juan e cruzou, a bola bateu no tornozelo de Renato Cajá e foi por cima do gol. Rogério já estava batido no lance. Dois minutos depois, pênalti para o Vitória. Wellington cometeu falta dentro da área e o árbitro marcou. Renato Cajá teve a chance de desempatar a partida mas cobrou mal e isolou a bola pra fora.

Dinei comemora com Cajá depois de empatar a partida para o Vitória Foto Edson Ruiz

Dinei comemora com Cajá depois de empatar a partida para o Vitória (Foto: Edson Ruiz / Edson Ruiz)

Isso não abateu os donos da casa que continuava em cima do São Paulo que parecia perdido em campo. E não demorou muito para sair o terceiro gol na partida. Aos 10 minutos, em nova jogada pelo lado direito, a bola foi cruzada na área e Maxi Biancucchi não teve trabalho para dominar e deslocar Rogério.

Aos 15 minutos, Max Biancucchi teve a chance de fazer o terceiro e por um capricho a bola não entrou. Em jogada que começou na defesa, Dinei desviou de cabeça e a bola caiu nos pés do argentino que partiu em velocidade, sozinho, na saída de Rogério, o atacante bateu no campo e a bola passou rente a trave.

Paulo Autuori resolveu mexer. Sacou o meia Maicon e colocou o terceiro atacante, Ademilson, para tentar empatar a partida, mas Wellington deixou tudo mais complicado para o tricolor. O volante deu um carrinho desnecessário no meio de campo e foi expulso de campo.

Com a vantagem no placar e com um jogador a mais, o Vitória passou a cadenciar a partida, tocando de lado, mantendo-se com a bola nos pés, sem dar chance para o azar.

O São Paulo quando tinha a bola tentava partir em velocidade, quase sempre com Aloisio, que arriscava de tudo quanto era lugar, todas sem direção.

Agora, o São Paulo terá a chance de redenção na próxima quarta-feira, na partida de volta da Recopa contra o Corinthians, no Pacaembu. Se perder, a fase que não é nada boa, vai ficar ainda mais complicada para a equipe do Morumbi. O Vitória que está de bem com a vida, na vice-liderança do brasileiro na próxima rodada terá o clássico contra o Bahia.