Irã cria as melhores chances de gols no segundo tempo, mas a Argentina tem Messi e ele decidiu de novo e garantiu a vitória em Belo Horizonte.

Por Vladimir da Costa

Como era de se esperar, o primeiro tempo foi de ataque contra defesa. O poderio ofensivo dos argentinos tentando ultrapassar a barreira vermelha dos iranianos. Messe e seus parceiros, hora pela esquerda, hora pela direita e muito pouco pelo meio pouco conseguiram desenvolver o bom futebol que se esperar deles. Bem marcados, a equipe criou muito pouco.

Messi faz no fim e salva a Argentina do empate diante do Irã. (Foto: AP Photo/Jon Super)

Messi faz no fim e salva a Argentina do empate diante do Irã. (Foto: AP Photo/Jon Super)

O segundo tempo, tudo mudou. A Argentina seguia com seu futebol previsível e cansativo. Di Maria seguia irreconhecível, assim como Higuaín e Agüero, todos os três substituídos. A Argentina que previa certa dificuldade na partida, não imaginava que seria tantas. Em três oportunidades, Romero salvou a equipe de levar o gol. O Irã mostrou uma força e uma disciplina na marcação incrível que quase parou o adversário. Quase, pois a Argentina conta com um jogador diferente. Aos 46 minutos, Messi fez o que se espera dele. Recebeu, passou pelo marcador e salvou sua equipe do empate num belo gol de fora da área.

Ainda neste sábado, Bósnia e Nigéria se enfrentam em Cuiabá. Em caso de empate, o time de Sabella já garante o primeiro lugar. O próximo adversário será a seleção africana, na quarta-feira, às 13h (de Brasília), no Beira-Rio, em Porto Alegre. Aos iranianos resta se recuperar da pancada no minuto final e ainda buscar a vaga na próxima fase na mesma quarta, diante dos bósnios, na Fonte Nova.

A partida

Como era de se esperar, logo nos primeiros minutos, a Argentina já tinha mais posse de bola e começava sua luta em busca do gol. Aos 13 minutos, Higuaín recebeu bom passe nas costas da defesa, mas o goleiro Haghighi se antecipou e abafou chute.

Os argentinos seguiam com dificuldade para trocar passes, principalmente da intermediária do ataque para frente. A linha defensiva do Irã mostrava-se segura e quando não parava na bola, parava na falta.

Aos 19 minutos, nova chance hermana . Di María recebeu, de frente para o gol, e mandou o balaço de esquerda. O meia pegou mal na bola e mandou por cima do gol. Dois minutos depois, outra chance da Argentina. Higuaín fez pivô dentro da área e serviu Agüero com toque curto. Ele bateu forte, com efeito, e Haghighi fez ótima defesa. O time seguia em cima e quase que Rojo, de cabeça, abriu o marcador. A finalização passou rente à trave.

Aguero enfrenta a dura, mas leal marcação do jogadores da seleção do Irã. (Foto: Quinn Rooney/Getty Images)

Aguero enfrenta a dura, mas leal marcação do jogadores da seleção do Irã. (Foto: Quinn Rooney/Getty Images)

A partida seguia e a Argentina com dificuldades para vencer um adversário defensivamente muito duro de ser batido. Com atenções todas voltadas a Messi, o Irã abafava também as subidas de Di María e Agüero pelas pontas.Messi não conseguia usar seu talendo para passar pelos adversários e deixar espaço para que os demais ficassem livres para finalizar. Di Maria, assim como na estreia estava longe do futebol apresentado por ele no Real Madrid.

E com isso, a primeira etapa não saiu do zero, apesar da festa Argentina nas arquibancadas.

Falta de sorte e equilíbrio iraniano.

O segundo tempo, foi totalmente diferente do futebol apresentado no primeiro. A Argentina continuava jogando de forma burocrática, apesar de ficar com a bola nos pés, pouco produzia em termos ofensivos. A grande mudança da segunda etapa foi o Irã. O time resolveu enfrentara a Argentina de igual pra igual e na base da velocidade criou as melhores chances de gol.

Reza Ghoochannejhad lamenta chance de gol perdida para a seleção do Irã. (Foto: EFE/EPA/DENNIS SABANGAN)

Reza Ghoochannejhad lamenta chance de gol perdida para a seleção do Irã. (Foto: EFE/EPA/DENNIS SABANGAN)

Aos sete minutos, Shojaei puxou contra-ataque e, após drible sensacional no meio de campo, avançou pela esquerda e cruzou para Ghoochannejhad cabecear com muito perigo. Romero pegou meio que no susto. Três minutos depois, Dejagah recebeu desarme na área e reclamou muito de pênalti, não dado pelo árbitro.

A Argentina só chegou aos 15 minutos. Messi arrancou em contra-ataque, e bateu colocado no canto direito do goleiro Haghighi. A bola saiu em linha de fundo.

O Irã passou a acreditar que podia vencer a equipe argentina e passou a jogar mais no campo adversário. Aos 22 minutos, Montazeri subiu pela direita e cruzou na área. Dejagah subiu mais alto que os marcadores e concluiu de cabeça. Romero, na ponta dos dedos evitou o gol iraniano

A partida começava a ganhar toques dramáticos. A Argentina não conseguia criar na frente e Zabella fez as alterações necessárias, mesmo assim, sua equipe seguia travada em campo. Sem aproximação dos homens de frente o time não conseguia criar chances claras de gols. Apenas em bolas paradas, como a que Messi bateu colocado, mas para fora. Muito pouco para uma equipe que tem os atacantes que tem.

A medida que o tempo passava, os erros de passe aumentavam e a torcida ficava angustiada. Apenas o camisa 10 argentino tentava algo diferente. O Irã por sua vez, não tinha nenhum craque no elenco, mas quando chegava era extremamente perigoso. As melhores chances de gols, foi do time do oriente médio. Aos 40 minutos, mais uma ótima oportunidade perdida. Ghoochannejhad recebeu bola em profundidade, arrancou deixando Zabaleta para trás e bateu para o gol, novamente Romero teve de se esticar todo para salvar o que seria gol certo.

O que faltava no Irã, sobrava na Argentina, mesmo sem suas estrelas numa tarde inspirada, o time tem um baixinho bom de bola, o melhor do mundo por 4 vezes novamente decidiu para sua equipe. Já nos acréscimos, Messi recebeu na ponta direita, limpou para o meio e chutou, de longe, colocado. Um golaço comemorado a pleno pulmões por todos. Alivio e felicidade no Mineirão de um lado, do outro, tristeza e decepção de uma equipe que apresentou muita qualidade e garra e que por capricho, não conseguiu bater a poderosa Argentina.

jogadores do Irã estenuados no chão depois de segurarem a Argentina por mais de 90 minutos. 9Foto: Paul Gilham/Getty Images)

jogadores do Irã extenuados no chão depois de segurarem a Argentina por mais de 90 minutos. (Foto: Paul Gilham/Getty Images)