Aranha volta na Arena após o fatídico episódio racista, equipes parecem ter focado na polêmica, esqueceram o futebol e o empate foi merecido.

Por Vladimir da Costa

A partida que marcou a volta de Aranha à Arena Grêmio, após as injurias raciais, não teve incidentes graves, e o temor de um novo acontecimento com desdobramentos ruins ficou longe de ocorrer. Em excesso, apenas as vaias, vinda de todos os lados do estádio. O episodio teve muito mais destaque do que a própria partida, que quase não ocorreu. Alias, aconteceu, as equipes entraram em campo, mas não houve futebol.

Com futebol bem baixo do esperado, as equipes ficaram devendo, e muito. O Grêmio foi melhor, buscou mais o jogo, mas graças a intervenções precisas do goleiro santista e também da trave, time gaúcho e equipe paulista empataram em 0 a 0 nesta quinta-feira, no duelo que encerrou a 22ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Geromel e Aranha discutem em partida disputada na Arena do Grêmio. (Foto: Lucas Uebel/Getty Images)

Geromel e Aranha discutem em partida disputada na Arena do Grêmio. (Foto: Lucas Uebel/Getty Images)

Um placar que não ajuda nenhum dos dois times. O Grêmio, que poderia terminar a semana na zona de classificação para a Libertadores, tem 36 pontos e está na quinta colocação, uma atrás do Corinthians. O Santos, por sua vez, é apenas o nono colocado, com 30 pontos.

Na próxima rodada, no domingo, o Grêmio enfrenta a Chapecoense na Arena, a partir das 18h30. O Santos, no mesmo dia e horário, enfrentará o Figueirense na Vila Belmiro.

A partida

Apesar do Santos ter dominado os 15 primeiros minutos e praticamente não ter deixado o time gaúcho respirar, foi a equipe de Felipão que teve as melhores oportunidades do jogo.

No primeiro tempo, Lucas Coelho foi parado duas vezes por Aranha. Na primeira, o goleiro santista desviou com a ponta dos dedos para evitar a abertura do placar. Na segunda, só raspou na bola e foi ajudado pela trave, que impediu o 1 a 0. No segundo tempo, Dudu, logo aos dois minutos, chutou forte da esquerda e obrigou nova intervenção precisa do atleta do Santos, que espalmou para fora. Lucas Coelho ainda chutou fraco uma bola frente ao goleiro rival.

A bola definitivamente não foi o foco da partida. (Foto: Lucas Uebel/Getty Images)

A bola definitivamente não foi o foco da partida. (Foto: Lucas Uebel/Getty Images)

A primeira finalização santista veio com Damião, mas somente no segundo tempo.Mas a noite não parecia ser de centroavantes. Logo depois, Lucas Coelho voltou a errar, ao bater fraco em frente a Aranha.

Se as vaias ao goleiro amainaram na etapa final, o panorama do que realmente deveria importar, a bola rolando, não se alterou. Muita pressão gremista, mas pouca competência para armar jogadas com qualidade. Do lado santista, Geuvânio entrou no lugar de Damião para tentar dar mais velocidade. Em vão. Felipão respondeu ao sacar Luan e colocar Fernandinho. Também inócuo.

O talento isolado de Robinho quase decidiu, aos 34 minutos, em um contra-ataque rápido. Que só não foi fatal porque Geromel conseguiu ser ainda mais esperto, ao desarmar o santista. Apesar das vaias para o goleiro santista, dos passes errados, faltas e reclamação em demasia, o único que faltou no confronto, foi o futebol.