O brasileiro foi protagonista no pentacampeonato do Barça diante da Juventus com 10 gol na competição.

Por Paulo Edson Delazari

E o Barcelona se torna pentacampeão da Champions League após vencer a Juventus no Estádio Olímpico de Berlim por 3 a 1. De quebra o time conquistou a tríplice coroa, conquistando os dois principais títulos do país, além da principal competição da Europa, somando a taça continental às da Liga Espanhola e da Copa do Rei.. Os gols foram marcados por Rakitic, Suarez e Neymar.

De quebra o brasileiro se tornou o artilheiro da competição com 10 gols, ao lado de Messi e Cristiano Ronaldo. Após inúmeras polêmicas com os números de sua contratação e suas jogadas de efeito, o tupiniquim não só ganhou a tão desejada Champions, que muitos de seus ídolos como Robinho e Ronaldo não conquistaram.

Os números do time catalão na temporada são espetaculares, em 60 jogos na temporada foram 123 gols a favor e 38 contra.

 O jogo

Jogadores do Barcelona comemoram com Rakitic, autor do primeiro gol. (Foto: Getty)

Jogadores do Barcelona comemoram com Rakitic, autor do primeiro gol. (Foto: Getty)

A torcida da Juventus, que cantou pelos quatro cantos de Berlim às vésperas do jogo, dividiu o estádio com os rivais, mas era mais apática antes do início do jogo. Uma preocupação que se justificou logo.

Neymar recebeu a primeira bola aos 2 minutos. Messi, aos 3. Na primeira em jogada em que ambos participaram, o Barcelona abriu o placar. Messi foi acionado no meio, virou o jogo para Jordi Alba, que tabelou com Neymar; o brasileiro viu Iniesta entrando na área, e o espanhol – com a calma que costuma ter nesses momentos decisivos – tocou para o meio.

Ivan Rakitic, de primeira, fez 1 a 0. Na primeira jogada de Messi, e sem que Luis Suárez tivesse participado do jogo.

A torcida do Barcelona explodia no estádio com seus gritos tradicionais. “I si tots animem, guanyarem”, cantava a parte azul e grená do estádio. Se todos torcerem, ganharemos. E todos torciam.

O time catalão dominava a posse de bola e o jogo. O segundo gol poderia ter saído com Neymar, que não alcançou um lançamento de Neymar; ou com Daniel Alves, parado por uma defesa mágica do lendário goleiro Gianluigi Buffon; Suárez também teve chances, duas, mas a falta de pontaria – e mais uma vez Buffon – impediram que o placar aumentasse.

A Juventus, entre apática e assustada, buscava pressionar no campo de ataque para tentar provocar erros da defesa azul e grená. Foi assim que Marchisio, Vidal e Morata criaram boas chances; os três chutaram para fora, e a primeira etapa terminou com vantagem mínima para os catalães.

O segundo tempo começou com o Barcelona novamente no ataque. E com Suárez, mais uma vez, perdendo boas oportunidades de marcar – de novo, parando em Buffon e errando a pontaria na hora de concluir.

Morata deixou tudo igual em Belim. (Foto: Getty)

Morata deixou tudo igual em Belim. (Foto: Getty)

Mas, para um time que quer chegar à perfeição, errar demais pode custar caro. E o Barcelona errou aos 9 minutos, quando Tévez recebeu dentro da área. O argentino chutou no canto esquerdo de Ter Stegen, e o goleiro defendeu bem; mas, no rebote, Alvaro Morata – ex-jogador do Real Madrid – empurrou para o gol.

A Juventus empatava, a torcida renascia e o título da Champions League estava mais aberto do que nunca. Foi assim durante dez minutos, em que o time italiano teve o comando do jogo e poderia ter conseguido, ele sim, o caminho para sua tríplice coroa.

Só que, aos 22 minutos, Lionel Messi acordou. O argentino, ora desatento, ora ausente, apareceu em uma de suas arrancadas pelo meio. O chute parou em Buffon, mas Suárez, no rebote, aproveitou para fazer o 2 a 1.

Três minutos depois, o Barcelona chegou a marcar pela terceira vez. Mas a cabeçada de Neymar tocou na mão do brasileiro antes de entrar. O árbitro Cuneyt Çakir, auxiliado por um dos árbitros de linha de fundo, anulou a jogada.

O Barcelona ainda desperdiçou uma boa chance com o zagueiro Gerard Piqué, que falhou na conclusão.

Mas o terceiro gol, àquela altura, era supérfluo. Bastava frear o ataque da Juventus para o time catalão comemorar seu quinto título no maior torneio interclubes europeu. E o Barcelona freou. Com Ter Stegen, com Mascherano, com Busquets, Piqué, e até com os atacantes, marcando como se fossem zagueiros.

Neymar fechou o título aos 51 mimutos da etapa final. (foto: Getty)

Neymar fechou o título aos 51 mimutos da etapa final. (foto: Getty)

Nos acréscimos, já no último lance do jogo, foi a vez de Neymar fazer o dele. Após contra-ataque, o brasileiro tocou para Suárez, que devolveu o passe. Tornou-se artilheiro da Champions League ao lado de Messi e Cristiano Ronaldo. Tornou-se, também, o segundo jogador a marcar em finais de Libertadores e Champions League – apenas o argentino Hernan Crespo havia conseguido a façanha.

O título, com todo o sofrimento dos minutos finais, é a consagração de um time que entra para a história por seu supertrio de ataque – com os gols de Luis Suárez e Neymar, chegou a 122 gols.

Mas também por um meio-campo que conseguiu dinamizar um estilo de jogo que já era visado pelos rivais; por um treinador que conseguiu tirar o melhor de seus craques, mesmo que jamais tenha tido a melhor das relações com nenhum deles.

Afinal, a perfeição no futebol admite sua licença poética. E o Barcelona, mesmo com todas as suas imperfeições, termina a temporada 2014-15 como um time que ganhou tudo. E que, se não foi invencível durante toda o tempo, foi perfeito quando precisava ser.

Jogadores do Barça comemoram Título. Foto: Getty)

Jogadores do Barça comemoram Título. Foto: Getty)