Ex-mandatário foi um ícone na história do São Paulo FC.

Por Paulo Edson Delazari
Juvenal Juvêncio na sala da presidência do São Paulo. (Foto: Marcos Ribolli).

Juvenal Juvêncio na sala da presidência do São Paulo. (Foto: Marcos Ribolli).

Morreu na manhã desta quarta-feira, em decorrência de um câncer de próstata, Juvenal Juvêncio, ex-presidente do São Paulo. Aos 83 anos, o ex-mandatário tricolor, estava internado desde o fim de semana.

Juvenal presidiu o São Paulo em dois períodos – o primeiro entre 1988 e 1990 e o segundo de 2006 a 2014. Ele fez parte da diretoria comandada por Marcelo Portugal Gouvêa quando o clube foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes pela terceira vez (2005). No ano seguinte, já como presidente, emendou três títulos seguidos do Brasileirão, todos com Muricy Ramalho como treinador.

Em 2011, Juvenal alterou o estatuto do São Paulo para ficar por mais um mandato à frente do clube, o terceiro consecutivo. A manobra jurídica foi conduzida por Carlos Miguel Aidar, que havia lançado Juvenal ao cargo de diretor de futebol em sua primeira passagem pela presidência, nos anos 80.

Carlos Miguel Aidar sucedeu Juvenal em 2014, e pouco tempo depois, ambos se tornaram inimigos. Aidar demitiu Juvenal do cargo de diretor do futebol de base, e Juvenal estipulou como meta de vida derrubar Aidar do poder. Quando isso aconteceu, em outubro, ele disse a pessoas próximas que poderia “descansar em paz”.

Nos últimos meses, mesmo muito doente e entre idas e vindas do hospital, Juvenal continuava sendo informado sobre o dia a dia do São Paulo. Sua última aparição pública foi na semana passada, com uma mensagem de áudio executada durante homenagem a Luis Fabiano, a quem contratou em 2011 do Sevilla e que acaba de se transferir para o Tianjin Songjiang, da China.

Folclórico no meio futebolístico, Juvenal deixou frases marcantes. Em um jogo diante do Atlético MG pela Libertadores, em meio as condições ruins do Estádio Independência, ele disse em entrevista: ” Isto aqui é uma arapuca”.

Juvenal nasceu em Santa Rosa de Viterbo (SP). Ele foi advogado, investigador de polícia e Presidente do São Paulo entre 1988 e 1990 e entre 2006 e 2014.