Depois de uma partida muito ruim, disputa de pênaltis garante vaga da seleção paraguaia.

Por Vladimir da Costa

A seleção, novamente, não fez uma boa apresentação. Com um futebol burocrático, o Brasil não conseguiu ser superior aos paraguaios. Saiu na frente, caiu de produção, levou pressão paraguaia, levou o empate e de maneira inesperada, foi eliminado nas quartas de final da Copa America 2015.

Paraguaios comemoram a vitória sobre o Brasil. (oto: Juan Mabromata / AFP)

Paraguaios comemoram a vitória sobre o Brasil. (oto: Juan Mabromata / AFP)

A seleção fez um primeiro tempo melhor que do último jogo. Mesmo sem dominar amplamente a partida, demonstrou qualidade na saída de bola, mesmo não sendo brilhante na frente. Com um ataque quase inoperante, coube a Robinho fazer o gol que deu a vitória parcial. Mesmo com a partida equilibrada, o Paraguai chegou mais a frente que a seleção brasileira. Roque Santa Cruz era muito acionado, mas em nenhuma oportunidade, conseguiu espaço para finalizar.

No segundo tempo, como aconteceu nas últimas partidas, o Brasil parece ter cansado, tentou manter a vantagem mínima e acabou levando o empate. Sem volume de jogo, a seleção foi dominada pelo Paraguai, que buscou o gol durante toda a etapa complementar.

De pênalti, González empatou e levou a partida para os pênaltis.

E os jogadores que entraram no segundo tempo, Éverton Ribeiro e Douglas Costas perderam os pênaltis e contribuíram para a eliminação da seleção brasileira.

 A partida

O Brasil começou a partida mostrando que daria trabalho. Philippe Coutinho soltou a bomba com menos de 1 minuto, mas o goleiro colocou para escanteio. A seleção ficava com a bola, mas tinha dificuldade para sair. Os paraguaios adiantavam a marcação, com isso, o Brasil tinha pouco espaço para trabalhar no meio campo.

A primeira boa chegada do Paraguai veio aos oito minutos. Benítez avançou em velocidade pela esquerda e cruzou fechado. Santa Cruz desviou para fora. O paraguaios chegaram dois minutos depois, pelo outro lado. Valdéz tentou Santa Cruz na área e Thiago Silva, já caído, mandou para escanteio.

O jogo era corrido, com as duas equipes buscando o ataque em velocidade, melhor para o Brasil, que abriu o placar aos 14 minutos. Daniel Alves recebeu com liberdade pela direita e cruzou. Robinho apareceu sozinho e completou, com tranquilidade para o fundo das redes.

Jogadores do Brasil comemoram o gol de Robinho, contra o Paraguai.(Foto: Mariana Bazo / Reuters)

Jogadores do Brasil comemoram o gol de Robinho, contra o Paraguai. (Foto: Mariana Bazo / Reuters)

O gol deu uma esfriada na seleção do Paraguai, que recuou. Passou a ficar mais com a bola, mas não chegava perto do gol de Jefferson.

O jogo ficou truncado no meio campo. Dunga pedia a todo instante para seus comandados inverterem a bola e surpreender o adversário, mas a transição era lenta e favorecia a roubada de bola do adversário.

O jogo era corrido e apesar de cometer bem menos faltas que o Brasil, a seleção paraguaia era mais “firme” na marcação e ia colecionando cartões amarelos.

O meio campo da seleção, com Elias e Willian foram bem mais participativos que Philippe Coutinho e Firmino, que pouco apareceu na primeira etapa. Alias, o reforço do Liverpool, praticamente não tocou na bola.

Firmino pouco fez na partida contra os paraguaios (Foto: Guillermo Arias / Xinhua)

Firmino pouco fez na partida contra os paraguaios. (Foto: Guillermo Arias / Xinhua)

O segundo tempo começou mais animado, com o Paraguai mais afim de jogo, dando espaços para o Brasil chegar a frente. Aos sete, a primeira finalização, com Elias. A bola foi por cima do gol.

Sem movimentação no meio campo, Dunga resolveu mexer na equipe. Sacou Willian para a entrada de Douglas Costa. Aos 16 minutos, a melhor chance do Paraguai. Em cobrança de escanteio, Paulo da Silva subiu sozinho na área e cabeceou forte, para o chão. Jefferson espalma e salvou o Brasil de levar o empate.

O Brasil não conseguia chegar perto do gol de Villar, que pouco participava da partida. Sem meio campo, a seleção sofria as subidas pelas laterais do Paraguai.

Tentando melhorar o desempenho ofensivo, Tardelli entrou no lugar do fraco Firmino. No lance seguinte, pênalti para o Paraguai.

Cruzamento da direita e Thiago Silva colocou a mão na bola em disputa pelo alto. González foi para a bola e deixou tudo igual.

O gol não mexeu com os ânimos do Brasil, que seguia em marcha lenta. Sem jogar pelas pontas, a seleção forçava jogada pelo meio campo e era presa fácil. De maneira incrivelmente invertida, o Brasil tomava pressão dos paraguaios.

Somente aos 37 minutos, o Brasil chutou para o gol. Philippe Coutinho bateu de fora da área e Villar rebateu para longe.

Derlis González, do Paraguai, cobra pênalti para empatar a partida (Foto: Jorge Adorno /Reuters)

Derlis González, do Paraguai, cobra pênalti para empatar a partida (Foto: Jorge Adorno /Reuters)

Cáceres era o jogador mais participativo da partida. O meia paraguaio tinha velocidade e bom passe, o que ajudava a equilibrar na parte técnica.

No final, Dunga tirou Robinho e colocou Éverton Ribeiro. Nos últimos minutos, o Brasil parecia querer mais os pênaltis do que o Paraguai, o que acabou acontecendo.

Fernandinho começou as cobranças e soltou uma pancada. Villar tocou na bola, mas não conseguiu pegar. Parecido, Martinéz também fez o seu. Éverton Ribeiro foi para a bola e bateu para fora. Cácerez soltou outra bomba no meio do gol e desempatou.

Miranda foi para a terceira batida e fez o seu. Bobadilla cobrou bem e fez o seu. Douglas Costa bateu e isolou. Bateu pra longe. Roque Santa Cruz também bateu para longe. Philippe Coutinho bateu e fez o seu. González foi para o último pênalti e fez o gol da classificação.

E pela segunda vez consecutiva, o Brasil é eliminado nas quartas de final, pelo mesmo Paraguai.

papelão

Papelão. Brasil perde nos pênaltis para o Paraguai e está eliminado nas quartas de final pela segunda vez seguida na Copa America. (Foto: Guillermo Arias / Xinhua)