Apito autoritário! Excessos marcam final de semana dos árbitros
Por Anderson Marinho
A arbitragem, mais uma vez, foi destaque de forma negativa na 27ª rodada do Campeonato Brasileiro 2012.
Entre erros técnicos e disciplinares sobrou espaço também para os exagerados, para alguns amostrados, aparecerem, gerando muita polêmica e reclamações.
Em Porto Alegre o Grêmio recebeu o Santos, em uma partida muito disputada, que terminou empatada por 1 x 1, e Neymar mais uma vez sofreu com a forte marcação, dos adversários e do árbitro, apanhando muito até ser expulso de campo.
O atacante do Peixe recebeu o cartão amarelo após sofrer uma sequência de faltas em um mesmo lance e permanecer de pé. Após a falta ser apitada ele se dirigir ao árbitro Nielson Nogueira Dias (PE) reclamando da postura dos rivais, foi advertido com o cartão e declarou após o jogo que o arbitro lhe mandou calar a boca.
Minutos depois o camisa 11 se envolveu em uma divida com o gremista Pará, onde recebeu um chute no joelho, e quando tentou se livrar acabou pisando involuntariamente no seu ex-companheiro de time. Nielson não pensou duas vezes e aplicou o cartão vermelho direto no craque.
Para muitos o lance que gerou a expulsão de Neymar é interpretativo, mas a postura do juiz, principalmente na jogada do cartão amarelo, demonstrou mais uma vez que o santista não é bem visto pelos senhores do apito.
Entretanto o grande trapalhão da rodada foi o gaúcho Leandro Pedro Vuaden (FIFA-RS), 37 anos, árbitro da partida entre Náutico e Atlético-GO, sábado á noite, nos Aflitos em Recife.
Incomodada com a arbitragem depois do jogo contra o Fluminense na última rodada, quando o árbitro Pablo dos Santos Alves deixou de marcar um pênalti claro a favor do Timbu, a torcida do time pernambucano, em um protesto pacífico, estendeu uma faixa na arquibancada com a frase “Não irão nos derrubar no apito” e provocou uma reação inesperada por parte de Vuaden.
Irritado com a manifestação dos torcedores o árbitro se negou a iniciar o jogo, procurou a Polícia Militar e exigiu a retirada da faixa, atrasando em 15 minutos o inicio da partida.
Quando a bola rolou os alvirrubros estenderam a faixa novamente e parece que mexeram com o emocional do gaúcho que sentiu a pressão e acabou fazendo uma grande lambança aos 16 minutos.
No lance, Rahyner recebeu dentro da grande área e se jogou, descaradamente, sobre as pernas do zagueiro atleticano Reniê. De frente para a jogada Vuaden marcou pênalti para os donos da casa, que Kieza converteu abrindo o marcador na vitória dos pernambucanos por 2 x 0.
Leandro Pedro Vuaden poderia ter se limitado a apitar o jogo dentro das quatro linhas, mas se mostrou excessivamente autoritário, ao censurar o protesto dos torcedores, e despreparado para lidar com a pressão externa.
Vuaden nós vivemos em um país democrático, onde a liberdade de expressão é um direito assegurado, pelo menos deveria ser, a todo cidadão e o esporte sempre foi um dos instrumentos mais importantes para a manifestação popular.
Espero que tenha servido de lição!