Com um gol antes do primeiro minuto e outro no final da partida, Americanos começam bem o Mundial.

Por Vladimir da Costa

No confronto na Arena de Dunas, em Natal, a velocidade chamou a atenção na partida. Por parte dos Estados Unidos, o gol relâmpago feito com menos de um minuto de jogo, do outro lado, o vigor físico e a velocidade imposta durante todo o jogo, por parte de Gana para empatar a partida. Conseguiram, mas o folego acabou e no final do jogo, levaram o segundo gol. Com a vitória, os americanos, depois de perderem dois jogos de copas para os africanos, venceram por 2 a 1 na noite desta segunda-feira. O capitão Clint Dempsey abriu o placar aos 28 segundos, fazendo o sexto gol mais rápido na história dos Mundiais; André Ayew deixou tudo igual aos 37 da etapa final; e cinco minutos depois o zagueiro Brooks foi à área adversária para garantir a vitória e fazer a festa da torcida americana que era muito maior nas arquibancadas.

Jogadores dos EUA comemoram o gol da vitória sobre Gana na arena de Dunas. (Foto:Kevin C. Cox/Getty Images)

Jogadores dos EUA comemoram o gol da vitória sobre Gana na arena de Dunas. (Foto: Kevin C. Cox/Getty Images)

O resultado deixou os EUA na vice-liderança do Grupo G, com os mesmos três pontos da Alemanha, mas perdendo no saldo de gols (um contra quatro dos europeus). Os ganeses fecham a primeira rodada em terceiro lugar, à frente de Portugal também pelo critério desempate (tem saldo negativo de um gol, contra menos quatro dos lusos).

A partida

 A concentração estava tomando os atletas, quando os EUA abriram o placar. Beasley roubou a bola na lateral e tocou para Jones, que passou para Dempsey na esquerda da grande área. O capitão americano teve calma para se livrar da marcação de John Boye e tocar no canto esquerdo de Kwarasey, que nada pôde fazer. Tudo isso com apenas 28 segundos, foi o gol mais rápido do Mundial no Brasil.

O gol não afetou Gana, que aos poucos se encontrou em campo e passou a buscar as jogadas pela lateral direita com Atsu e Opare, aproveitando-se principalmente das subidas ao ataque de Beasley.  Aos 15 minutos, Asamoah Gyan foi lançado nas costas da zaga, e Howard teve de sair para impedir a chegada do craque ganês.

Os americanos sentiam dificuldade com a verlocidade adversária. Marcando no campo de ataque, os norte-americanos tinham dificuldade de atacar. Com isso, quando tinham a bola, buscavam valorizá-la, na busca de tentar “esfriar” os africanos. As coisas ficaram um pouco piores depois que Altidore sentiu dores no músculo posterior da coxa esquerda e teve de ser substituído por Johansson. O atacante deixou o campo chorando, foi aplaudido e teve seu nome gritado pela torcida.

Numa disputa de bola, Dempsey levou a pior e caiu no gramado sangrando. (Foto: AP Photo/Hassan Ammar)

Numa disputa de bola, Dempsey levou a pior e caiu no gramado sangrando. (Foto: AP Photo/Hassan Ammar)

Gana jogava em velocidade, e os EUA esperavam para sair no contra-ataque. Os africanos pressionavam sempre pela direita, aproveitando a força física e a velocidade para levar vantagem nas disputas de bola. Sem precisão nos arremates e com Asamoah Gyan bem marcado, Gana não transformava as jogadas ofensivas em chances de gol. Aos 32, no entanto, o mesmo Asamoah Gyan criou a melhor oportunidade do time de branco no primeiro tempo, chutando de fora da área para ótima defesa de Tim Howard.

O maior erro, talvez, da seleção de Gana, que não saia tocando a bola, buscando envolver o adversário, era os lançamentos longos. Quase sempre pela direita do ataque, algumas davam certo, mas a velocidade algumas vezes atrapalhava o raciocínio da jogada.

Os ganeses voltaram para o segundo tempo no mesmo jeito. Ataque rápido pela direita, totalmente bem coberto pelos EUA que distribuíam melhor o jogo, buscando o ataque pelos dois lados, com Dempsey e Johansson centralizados no ataque.

Aos nove minutos, os africanos tiveram sua primeira boa chance: Muntari chutou de fora da área, à direita de Howard. No lance seguinte, agora pela esquerda, novamente Muntari apareceu bem em cruzamento para Asamoah Gyan, que cabeceou para fora.

Apesar de Gana jogar quase sempre no ataque, a sensação era de tranquilidade por porte dos Estados Unidos. Gyan teve nova grande chance pelo alto, obrigando Howard a grande defesa.

Andre Ayew chegou a empatar a partida, mas sua seleção cansou e acabou perdendo a partida. (Foto: Robert Cianflone/Getty Images)

Andre Ayew chegou a empatar a partida, mas sua seleção cansou e acabou perdendo a partida. (Foto: Robert Cianflone/Getty Images)

Com seu time melhor em campo, o técnico Appiah decidiu empurrá-lo ainda mais para o ataque, colocando Kevin-Prince Boateng no lugar de Jordan Ayew, que não vinha bem. A mudança deu mais consistência ao time africano, e as chances continuaram a aparecer.

Aos 17 minutos, Atsu percebeu Howard adiantado e tentou o gol por cobertura, mas a bola foi para fora. Dois minutos depois foi a vez de Gyan perder nova oportunidade, quando mandou a bola em cima da zaga da marca do pênalti.

Aos 28 minutos, Appiah decidiu colocar o astro Michael Essien em campo, no lugar de Rabiu, para ganhar em qualidade no meio-campo. Aos 30 minutos, Andre Ayew perdeu nova chance clara de empatar ao errar o chute dentro da área, de frente para o gol

Praticamente abdicando do ataque, os americanos viram Gana empatar o placar aos 37 minutos, com André Ayew, após belo passe de calcanhar de Asamoah Gyan. Deixando o resultado mais justo, uma vez que Gana buscou o gol de todos as formas durante toda a partida, mas por falta de pontaria, capricho não haviam feito antes.

Com muita força ofensiva e uma velocidade que perdurou durante todo o jogo, os africanos não estavam satisfeitos com o resultado e seguram em cima dos americanos, mas, assim como no inicio da partida, a concentração voltou a falhar e tomaram um duro golpe. Um castigo na verdade. Os Estados Unidos fizeram o segundo. Aos 42 minutos,. John Brooks, que havia entrado no intervalo, subiu mais que os adversários decretar, de cabeça a primeira vitória americana em cima de gana.